Sustentabilidade é um dos grandes temas da atualidade. O termo está ligado ao uso consciente dos recursos naturais, de forma que não se comprometa o bem-estar dos ecossistemas. Seja a partir de perspectivas econômicas, sociais ou climáticas, as questões relacionadas ao meio ambiente atingem a população de todo o mundo.
Neste cenário, ações tidas como sustentáveis são criadas por parte de governos e de empresas como iniciativas que visam encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e tecnológico com a preservação ambiental. Além disso, também existem as ações individuais por parte dos cidadãos que buscam suas formas de contribuir. Uma pesquisa da Descarbonize Soluções, empresa especializada em soluções de energia, revelou que 66% dos entrevistados se sentem comprometidos com ações sustentáveis.
Ações sustentáveis
Ações sustentáveis são algumas práticas que podem ser realizadas de maneira individual ou coletiva, e que têm como principal objetivo a preservação dos recursos ambientais e a redução do avanço das mudanças climáticas. Algumas iniciativas são mais simples e conseguem ser facilmente inseridas no cotidiano, já outras, envolvem passos maiores, como o investimento, por exemplo, em “tecnologias limpas”.
Em relação às ações sustentáveis, o brasileiro parece estar engajado. 39% dos entrevistados da pesquisa disseram que se sentem suficientemente comprometidos com ações sustentáveis e 27% afirmaram que se consideram muito comprometidos. Por outro lado, 30% dos respondentes acham que são pouco comprometidos e outros 4% entendem que não são nem um pouco comprometidos.
Entre as ações mais praticadas, aparecem com destaque a busca pelo não desperdício de alimentos (82%), a economia de água (81%) e a redução no consumo de energia (73%). Na sequência, aparecem atitudes como a utilização de embalagens e sacolas reutilizáveis (58%); separação do lixo para coleta seletiva e reciclagem (55%); consumo de alimentos de produtores locais (33%); tentativa de evitar o consumo de plástico e industrializados (32%), e o consumo de marcas comprometidas com questões sustentáveis (30%).
No entanto, existem algumas barreiras que tornam mais difícil a prática das iniciativas sustentáveis individuais. Entre os obstáculos, os mais citados foram a falta de iniciativas governamentais ou de políticas públicas (62%); a falta de informação para que os brasileiros se identifiquem com a sustentabilidade e melhorem suas ações (57%); a falta ou inexistência de coletas seletivas e pontos de reciclagem (51%), e o fato de marcas e produtos sustentáveis serem mais caros e difíceis de encontrar (47%).
Tatiana Fischer, CMO da Descarbonize Soluções, reflete sobre a dificuldade de se conseguir inserir ações sustentáveis na rotina dos brasileiros. “Se grandes empresas e instituições que são referência no mercado não são vistas praticando iniciativas benéficas para o meio ambiente, é difícil esperar que os cidadãos insiram as práticas em sua rotina. As dificuldades estão principalmente relacionadas com a falta de informação e de políticas públicas. É preciso que existam bons exemplos a serem seguidos”, explica Fischer.
Mas de quem é a responsabilidade?
Em um cenário em que eventos climáticos extremos já são percebidos em diversos locais do planeta, cada vez mais se criam estratégias sustentáveis para minimizar os impactos da ação do homem na natureza. Ações tidas como sustentáveis são criadas por parte de governos, de empresas e dos cidadãos como iniciativas que visam encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e tecnológico, com a preservação ambiental.
Quando se fala na responsabilidade sobre medidas que podem minimizar os impactos das mudanças climáticas, 40% dos entrevistados pensam que o dever está, principalmente, na mão dos governos. Contudo, a parcela considerável de 37% entende que a obrigação é, sobretudo, dos cidadãos. As empresas foram indicadas por 17% dos respondentes.
Indo ao encontro do dado que coloca os governos como peça central frente às ações ambientais, foram indicadas as iniciativas que são tidas como principais no combate ao avanço dos impactos climáticos. Foram mais citados os incentivos fiscais para a utilização de fontes energéticas limpas, com a promoção e o barateamento de tecnologias como placas solares e carros elétricos (66%); incentivo às empresas para adotarem práticas sustentáveis por meio de benefícios fiscais, subsídios, financiamento acessível e programas de certificação (65%), e o maior investimento em infraestrutura sustentável, como transporte público eficiente e sistemas de gestão de resíduos (62%).
“Neste ponto, vemos a utilização de energias limpas citadas como formas de evoluirmos nas questões ambientais. Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking de países que mais geram energia elétrica renovável no mundo. A popularização dessas tecnologias se apresenta como uma oportunidade de investimento por parte dos governos, através de subsídios e benefícios fiscais, para que também vire um produto de investimento acessível para a população. São as forças se aliando para o alcance de um objetivo comum”, completa ela.
Tecnologias sustentáveis
Em um panorama em que a evolução do mercado aconteça de forma que não se comprometa os ecossistemas, é necessário que, cada vez mais, se desenvolvam tecnologias pensadas para isso. Atualmente, existem produtos tecnológicos que visam diminuir os impactos ambientais, chamados de tecnologias sustentáveis.
Dentro desse aspecto, de forma geral, 77% dos entrevistados veem as tecnologias sustentáveis sendo pouco utilizadas; 12% consideram que sejam bastante utilizadas; 8% não veem as tecnologias sendo utilizadas, e 2% acham que elas devem vir a ser utilizadas em alguns anos.
Em relação aos produtos que utilizam de tecnologias sustentáveis, os participantes da pesquisa indicaram aquelas que são mais viáveis para utilização no dia a dia. As placas solares para captação de energia da luz do sol foram as mais indicadas, com 77% das respostas. Na sequência, aparecem as lâmpadas de LED, citadas por 68% dos respondentes; os veículos e meios de transporte elétricos, como carros, motos e bicicletas, conforme 58%, e as baterias de lítio ou cobalto, para 33%.
“Mesmo que algumas tecnologias, como as lâmpadas de LED, sejam mais baratas e acessíveis, pois podem ser encontradas em supermercados, as placas solares ainda são as mais lembradas quando se fala de tecnologia sustentável. É muito positivo perceber que a matriz energética solar já está inserida no conhecimento do brasileiro e que é vista como um facilitador no cotidiano. Trazer todos os benefícios da energia solar para a rotina diária de forma simples é um dos objetivos da tecnologia”, comenta Fischer.
Consumo consciente
O consumo consciente é indispensável para que o mercado evolua de forma mais sustentável. Como demonstrado ao longo da pesquisa, os brasileiros estão interessados pelo tema e se mostram engajados em iniciativas ecológicas.
Em relação ao consumo de marcas comprometidas com o meio ambiente, 70% dos respondentes indicam que o comprometimento ambiental é critério a ser considerado no momento da compra de um produto. Desses, 40% consideram que a responsabilidade ambiental é fator determinante no momento de uma compra, enquanto apenas 2,4% disseram que o critério é nada importante.
Neste cenário, as principais ações sustentáveis que deveriam ser praticadas pelas empresas a partir da visão dos consumidores, são: redução da emissão de gases poluentes (65%); investimento em energias renováveis e eficiência energética (64%); implementação de políticas de redução de resíduos e reciclagem (60%); promoção do uso de matérias primas sustentáveis (60%), e o investimento em inovação para o desenvolvimento de produtos ecológicos (58%).
“De uma visão mercadológica, para além dos benefícios ambientais e da inspiração social, as ações sustentáveis por parte das empresas também funcionam como um incentivo ao consumo das marcas. Da parte das energias renováveis, além da contribuição ecológica, o investimento em matrizes energéticas limpas ainda gera uma economia a médio e longo prazo. São oportunidades que exigem, sim, um planejamento institucional, mas que trazem inúmeras contribuições, tanto para o futuro da empresa quanto do coletivo”, finaliza Fischer.
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LAURA GABRIELA PACHECO FASSINA DA SILVA
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