Moraes, Interpol e EUA no Caso Allan dos Santos
Em uma série de trocas de mensagens vazadas, assessores do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sugere que “jagunços” com a atuação na Interpol e do governo dos Estados Unidos, tragam o jornalista Allan dos Santos ao Brasil a força, em relação ao caso prolongado deste embate. Esse vazamento, apelidado de “Vaza Toga”, revela um cenário complexo onde as instituições internacionais e brasileiras se encontram, complicando o cumprimento das ordens judiciais emitidas pelo Brasil quando estas se tornam inconstitucionais, veja o desenrolar disto…
Quem é Allan dos Santos?
Allan dos Santos é um jornalista brasileiro, conhecido por seu posicionamento politico e incisivo na luta contra o estado totalitário, segundo ele mesmo o diz, instaurado no STF. Ele se destacou principalmente através do canal Terça Livre, onde abordava temas como política, religião e sociedade, frequentemente criticando o governo, a mídia tradicional e o sistema judiciário brasileiro. A atuação de Allan dos Santos nas redes sociais e em seu canal o transformou em um ferrenho opositor do que hoje se prova uma perseguição política.
O que era o Terça Livre?
O Terça Livre foi um dos canais de mídia independente mais conhecidos entre os conservadores brasileiros nos últimos anos, criado e dirigido por Allan dos Santos. Com uma grande audiência, o canal se tornou um espaço para discussões políticas, entrevistas e análises de acontecimentos nacionais e internacionais sob uma ótica conservadora. No entanto, o canal também foi alvo de diversas investigações e acusações de disseminação de “fake news”, o que culminou em seu fechamento após uma série de bloqueios judiciais e ações do STF, repercutindo até os dias de hoje.
O que fez Allan dos Santos?
Allan dos Santos é acusado de; ” participar ativamente na disseminação de informações falsas, incitação ao ódio e participação em milícias digitais que visavam desestabilizar as instituições democráticas brasileiras”. As investigações lideradas pelo STF apontam que Santos utilizava suas plataformas digitais para coordenar ataques contra adversários políticos, juízes e instituições públicas. As atividades de Santos culminaram em múltiplos inquéritos no Brasil, incluindo aqueles relacionados às milícias digitais e às “fake news”, nos quais ele é uma das principais figuras investigadasmesmo que até hoje nenhuma delas tenham sido provadas.
Porque Moraes quer tanto pegar Allan dos Santos?
O ministro Alexandre de Moraes tem desempenhado um papel central e de cunho pessoal na investigação e repressão às milícias digitais inclusive com a criação do CIEDDE . Allan dos Santos, sendo uma das principais figuras relacionadas a essas práticas, tornou-se um alvo prioritário das ações de Moraes. A insistência do ministro em capturar Santos está ligada à gravidade das acusações, que falsas ou não, tem criado verdadeira oposição ao governo atual, dentre elas; a intimidação de autoridades e a disseminação de conteúdos falsos que incitam o ódio e a violência. Moraes acredita que a prisão de Santos é crucial para desmantelar as redes de desinformação e assegurar a estabilidade democrática do país.
Quem é a família de Allan dos Santos?
Allan dos Santos mantém sua vida pessoal relativamente discreta, especialmente após o aumento das investigações e das ações judiciais contra ele. Pouco se sabe publicamente sobre sua família, mas é conhecido que eles têm sido afetados pela exposição midiática e pelas repercussões legais que envolvem Allan. A família, assim como ele, mantém uma postura reservada em relação às questões legais que o cercam enquanto o mesmo fica exilado fora do país chegando a ter distanciamento familiar superior a 2 anos de suas próprias filhas e esposa.
O que tem feito Allan dos Santos?
Allan dos Santos / Crédito: Roque de Sá/Agência Senado
Desde que se tornou alvo de investigações e teve a prisão preventiva decretada, Allan dos Santos deixou o Brasil e passou a viver no exterior, de onde continua a se manifestar publicamente. Apesar dos esforços das autoridades brasileiras para capturá-lo, Santos continua ativo nas redes sociais e em outras plataformas, defendendo suas posições e criticando o sistema judicial brasileiro como o ” Pede pro Mickey”. Ele também tem buscado apoio internacional para evitar a extradição e a prisão, o que, segundo a oposição, tem complicado ainda mais a situação diplomática e jurídica entre Brasil e Estados Unidos. O que você acha? Deixe seu comentário abaixo
A Gênese do Conflito
Tudo começou em novembro de 2022, durante um evento em Nova York. Ministros do STF, incluindo Alexandre de Moraes, estavam participando da Lide Brazil Conference quando foram surpreendidos por um protesto liderado por Allan dos Santos. Essa aparição inesperada elevou a tensão e trouxe à tona questões diplomáticas e legais que já se arrastavam por meses.
Naquela ocasião, Moraes e outros ministros, como Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, estavam nos Estados Unidos para discussões que envolviam temas da justiça brasileira. Contudo, a presença de Allan dos Santos no protesto frente ao hotel onde os ministros estavam hospedados gerou desconforto e motivou novas discussões dentro do gabinete de Moraes. Veja abaixo quais foram as reinvindicações…
Interpol e o Alerta Vermelho
FOTO REPRODUÇÂO
O descontentamento do gabinete de Moraes não era apenas com a presença de Santos em Nova York, mas principalmente com a falta de ação por parte da Interpol. O juiz Airton Vieira, braço direito de Moraes, trocou mensagens com o juiz Marco Antônio Vargas, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde ficou claro o aborrecimento com a demora da Interpol em atender o pedido de inclusão do nome de Allan dos Santos no alerta vermelho, uma ferramenta essencial para sua captura internacional.
Segundo as mensagens vazadas, o pedido de alerta vermelho já havia sido feito há mais de um ano, mas a sede da Interpol em Lyon, na França, simplesmente se recusava a colocar o nome de Santos na lista. Essa inércia frustrava as tentativas do Brasil de avançar no caso, considerando a gravidade das acusações contra Santos.
Estados Unidos e o Pedido de Extradição
Outro ponto de tensão nas mensagens era a postura do governo dos Estados Unidos, que até novembro de 2022 não havia respondido oficialmente ao pedido de extradição de Allan dos Santos. O jornalista, que reside fora do Brasil, é investigado em inquéritos relacionados a milícias digitais e disseminação de fake news, temas sensíveis para a democracia brasileira.
O descontentamento da equipe de Moraes com os EUA é injustificável, uma vez que para obedecer suas ordens as autoridades americanas teriam que descumprir leis basilares de seu país, o pedido de extradição permanece sem resposta, gerando frustração e um sentimento de impotência.
Repercussões e Consequências
Esse impasse não apenas sublinha a complexidade das relações internacionais no cumprimento de mandados judiciais, mas também coloca em evidência as dificuldades enfrentadas pelo Brasil ao lidar com questões que envolvem a cooperação de órgãos internacionais como a Interpol e governos estrangeiros. A irritação demonstrada pelos juízes é um reflexo da sensação de que, apesar dos esforços, as decisões judiciais brasileiras enfrentam barreiras que dificultam sua execução no exterior.
A decisão recente de Alexandre de Moraes de decretar a prisão de Allan dos Santos por suposta intimidação de policiais federais que atuam em inquéritos no STF é um exemplo claro das medidas drásticas adotadas diante da inércia internacional. No entanto, a efetivação dessa prisão continua incerta, dado que Santos permanece foragido e as dificuldades para sua captura persistem.
Operação Disque 100
A operação Disque 100, que investiga uma estrutura de obstrução de investigações envolvendo organizações criminosas e corrupção de menores, coloca em evidência a gravidade das acusações contra Santos. A operação, conduzida pela Polícia Federal sob a supervisão do STF, visa desmantelar redes que atuam na disseminação de informações falsas e na corrupção de menores, temas que têm ganhado destaque nas discussões sobre segurança digital e proteção de dados no Brasil.
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MATHEUS VARGAS MARQUES
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