Em meio a explosão de casos de dengue, onde a cada cinco criadouros do mosquito, quatro estão no interior das casas, a identificação correta dos mosquitos transmissores é essencial para o combate eficaz da doença. Muitas pessoas ainda confundem os pernilongos normais com o Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
De acordo com o médico-veterinário e diretor da Faculdade Qualittas, Francis Flosi, é crucial compreender que o mosquito da dengue e o pernilongo pertencem a famílias diferentes: o Aedes aegypti e o Culex quinquefasciatus, respectivamente. Suas características físicas e hábitos de voo são distintos e facilmente identificáveis.
Flosi enfatiza que, enquanto o pernilongo possui uma coloração uniforme marrom e voa de forma lenta e ruidosa, o Aedes aegypti tem o corpo preto com listras brancas e voa de maneira mais veloz e silenciosa, preferencialmente atacando das 9h às 13h. Os pernilongos, por sua vez, são mais ativos à noite, a partir das 18h.
Além disso, as picadas também apresentam diferenças significativas. “O pernilongo deixa um pequeno calombo avermelhado que provoca coceira, enquanto o mosquito da dengue não deixa marcas nem causa coceira na picada”, ressalta o médico-veterinário. É importante lembrar que o Aedes aegypti também é vetor da febre chikungunya, febre amarela e zika vírus.
“Ambos mosquitos depositam ovos em água parada, mas o mosquito da dengue prefere água limpa e deposita os ovos em diferentes locais, individualmente, enquanto o pernilongo coloca seus ovos em forma de jangada em água suja e poluída”, explica o especialista.
Outro ponto relevante é com relação às picadas.
“Nem todos os pernilongos picam os seres humanos, apenas as fêmeas precisam de sangue para sua reprodução. Os pernilongos são atraídos por dióxido de carbono, calor e umidade, além de odores corporais e de perfumes”, diz Flosi.
A correta identificação e o conhecimento dessas diferenças são fundamentais para a prevenção e combate eficaz da dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos. Adote medidas preventivas em sua casa e comunidade para proteger a saúde de todos!
Dados históricos
Campinas encerrou 2023 com a 6ª maior epidemia desde 1998, início da série histórica monitorada pela prefeitura. A última atualização da Secretaria de Saúde indica 10.898 infectados e três óbitos, números próximos ao do ano anterior, quando a metrópole teve 11.259 casos confirmados. O recorde é de 2015, quando a cidade registrou 65,6 mil moradores com a doença e 15 mortes