No dia 20 de junho, celebramos o dia Nacional do Teste da Linguinha. Embora o exame tenha se tornado obrigatório em hospitais e maternidades, desde 2014, após a aprovação da Lei 13.002/14, é provável que a maioria da população ainda não tenha grande conhecimento sobre a sua importância.
A especialista em amamentação e no teste, Débora Araújo, explica que o exame tem o objetivo de diagnosticar e indicar o tratamento precoce da limitação dos movimentos da língua, com a análise do frênulo, causados pela anquiloglossia, comumente chamada de língua presa. “Se detectada, ela prejudica as funções de sugar, engolir, mastigar e falar. Então, o objetivo do teste é diagnosticar isso precocemente”, afirma a profissional.
De acordo com Débora, a lei diz que o responsável por aplicar o teste é um profissional de saúde qualificado, podendo ser este um técnico de enfermagem, um enfermeiro, um médico, uma consultora de amamentação ou o fonoaudiólogo, desde que estes tenham passado por uma capacitação para esse fim e que saibam observar a amamentação, fazendo a correlação dessa amamentação com o possível problema.
A especialista explica que o teste é dividido em três partes. No primeiro momento, é aplicada a triagem neonatal, que tem a função de detectar os casos mais graves. “De acordo com essa análise inicial, chega-se a uma pontuação, que nos dá o resultado dessa triagem neonatal. Então, se eu tenho uma pontuação de zero a quatro, é um frênulo classificado como normal. Se eu tenho cinco e seis, ele é classificado como duvidoso. E 7, ou acima de 7, é um frênulo classificado como alterado”, detalha Débora.
Ela ressalta que pode acontecer de um frênulo classificado como normal, nas primeiras 48 horas, venha a ter posteriormente algum tipo de alteração, pois nesse início, na maternidade, não é tão precisa a observação do choro vigoroso do bebê e da movimentação da língua. “Além disso, a função de sugar só estará completamente desenvolvida quando o bebê completa 30 dias de vida. Então é importante deixar claro que a triagem neonatal, feita nas primeiras 48 horas, na maternidade, tem como objetivo principal detectar os casos graves, para que sejam encaminhados ao tratamento adequado, que é a cirurgia, denominada frenotomia”, atenta a especialista.
Justamente para detectar esses casos graves, a Lei obriga as maternidades a aplicar a triagem neonatal dentro das primeiras 48 horas. Débora Araújo afirma que, se não feito o teste nas primeiras 48 horas, é importante que ele seja feito o quanto antes, principalmente dentro do primeiro mês de vida e que, embora o exame possa ser aplicado até seis meses do bebê, quanto antes ele acontecer, mais rápido podem ser tomadas as providências necessárias.
No caso de um frênulo considerado duvidoso, o que vai dar o aval final nesse diagnóstico é o acompanhamento da amamentação. Existe uma pontuação para avaliar, através das mamadas, intervalo entre elas, ganho de peso do bebê, entre outros, se existe realmente uma alteração ou se o problema pode estar na mãe ou no manejo “Por isso, observar a amamentação é tão importante para complemento do teste inicial”, conclui Débora.
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AMANDA MARIA SILVEIRA
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