Tapume de 26,8% dos brasileiros foram diagnosticados com impaciência, com um índice alarmante de 31,6% entre os jovens de 18 a 24 anos, e prevalências notavelmente elevadas no Meio-Oeste com 32,2 — e também entre as mulheres, com 34,2%. Os dados fazem secção do Interrogatório Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), um estudo da Universidade Federalista de Pelotas (UFPel) em parceria com a Organização Global de Saúde Pública Vital Strategies.
Enquanto isso, 12,7% dos brasileiros foram diagnosticados com depressão, sendo mais frequente na região Sul com 18,3%, entre mulheres com 18,1%, e nas faixas etárias de 55 a 64 anos com 17% e 18 a 24 anos com 14,1%. A pesquisa foi realizada entre 2 de janeiro e 15 de abril, nas cinco regiões do país, pelo instituto Vital Strategies Brasil, em parceria com a Universidade Federalista de Pelotas (UFPel), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e Umane.
A neuropsicóloga e doutora em psicologia Roselene Espírito Santo Wagner avalia que diversas condições sociais no Brasil, incluindo instabilidade financeira, baixa escolaridade e problemas de infraestrutura, porquê a má qualidade dos serviços públicos, estão entre os fatores que contribuem para fazer do país um dos líderes em incidência de transtornos de impaciência na população.
“Os fatores ansiogênicos vêm da instabilidade financeira, baixa escolaridade, que não permite a ascensão profissional; falta de transporte público, que facilite a locomoção dentro da cidade; os engarrafamentos e horas perdidas no trânsito no ir e vir; a violência, a alta criminalidade, a falta de acesso à saúde de qualidade, principalmente à saúde mental, são estímulos estressores”, explica.
De concordância com o Ministério da Saúde, transtornos de impaciência podem manifestar-se de várias maneiras, incluindo impaciência persistente sem motivo evidente ou episódios intensos que podem paralisar a pessoa. A sensação desconfortável pode levar o tipo a modificar sua rotina para evitar a impaciência, porquê por exemplo, deixar de usar o elevador.
Diferença entre a impaciência generalidade e um transtorno de impaciência
O psiquiatra do Hospital Anchieta de Brasília Pedro Leopoldo explica que a impaciência é generalidade na natureza humana. Segundo ele, a impaciência é uma resposta emocional e fisiológica normal, pois nos prepara para o estresse, por exemplo, para a resguardo e para tomar decisões. “Onde isso começa a nos adoecer? A ansiedade começa a aparecer em situações que não precisava e não deveria, por exemplo numa reunião, no momento em que eu tenho que entregar um produto”, expõe.
De concordância com psiquiatra, os sintomas da impaciência incluem:
- Preocupação excessiva;
- Temor;
- Tensão muscular;
- Inquietação;
- Insônia;
- Taquicardia;
- Sudorese;
- Falta de ar.
Quando a impaciência se torna uma requisito crônica, pode impactar na vida pessoal e profissional da pessoa, prejudicando sua capacidade de tomar decisões e de realizar atividades do dia a dia.
Tratamentos
A neuropsicóloga Roselene Espírito Santo avalia que a impaciência, se não for tratada, pode servir de gatilho para outros transtornos, chegando a desencadear doenças psicossomáticas, que impactam tanto a saúde mental quanto a física. Por exemplo, condições porquê gastrite, úlceras, colites, taquicardia e hipertensão. Adicionalmente, crises de impaciência também têm o potencial de gerar ataques de pânico e evoluir para a síndrome do pânico.
O Ministério da Saúde informa que existem três tipos de tratamento para os transtornos de impaciência:
- Medicamentos (sempre com séquito e receita médica);
- Psicoterapia com psicólogo ou com médico psiquiatra;
- Combinação dos dois tratamentos (medicamentos e psicoterapia).
Segundo a pasta, a maioria das pessoas começa a se sentir melhor e retorna às suas atividades depois algumas semanas de tratamento, tornando forçoso a procura por auxílio especializado na unidade de saúde mais próxima. Para perceber melhores resultados e minimizar prejuízos, é importante um diagnóstico precoce e preciso, um tratamento eficiente e séquito prolongado.
Veja Mais:
Sobem casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave associados à Covid-19
Teste da orelhinha: entenda como é feito e para que serve o exame em recém-nascidos