A sucessão familiar é um dos maiores desafios das empresas. Para debater soluções e garantir a longevidade dos negócios, a Atlas, referência em pintura, construção e casa promove o Projeto Sucessores, de 17 a 20 de março, em Punta del Este (UY). O evento reunirá os 100 sucessores das principais empresas de atacado e varejo de material de construção do Brasil e da América Latina, com apoio do Ministério do Turismo do Uruguai, no Hotel Enjoy.
A proposta é gerar e fortalecer relações a partir das reflexões sobre a importância de se discutir os processos de sucessão familiar nas empresas de atacado e varejo do setor. Concebido para oferecer tanto conteúdo por meio de conferências quanto por debates por consultorias especializadas na área, o Projeto Sucessores vai acontecer de maneira híbrida. Além das atividades presenciais no Uruguai, haverá 8 salas de audição no Brasil com capacidade para até 80 clientes convidados por espaço, somando uma audiência de mais de 800 pessoas. Assim, a Atlas reúne no Projeto Sucessores 60% do PIB do setor de material de construção do país e além de grandes importadores da América Latina.
A Atlas repete a parceria com a ISE Business School, destaque mundial entre escolas de gestão, que já esteve em evento da empresa em 2024. A programação do Projeto Sucessores Atlas divide-se em quatro conferências. As três primeiras, com profissionais da escola de gestão, trarão os temas Construção de Cultura Organizacional – Insights e Desafios, ministrada por Cesar Bullara, Diretor e Professor do Departamento de Gestão de Pessoas e Professor de Ética nos Negócios; Adoção de Novas Tecnologias Nas Organizações – Impactos da Inteligência Artificial e Outras Tecnologias, ministrada por Fabio Barbosa, Professor do Departamento de Operações, Tecnologia e Informação e Direção Geral, e a terceira será Formação do Diretor Geral – Uma Perspectiva Humanística, a cargo de Marcos Citeli, Diretor e Professor do Departamento de Contabilidade e Controle, do Núcleo Consensus de Estudos em Negociação, Conflito e Comunicação e professor de Empresa Familiar e Direção Geral.
Já a quarta conferência ocorre no formato de painel sob o tema Governança, Estruturas e Transações em Empresas Familiares. A condução fica a cargo de Marco La Rosa de Almeida e Alberto de Oliveira Neto, líderes com experiências em direito societário e nos setores de saúde, educação, logística, incorporação e construção.
O painel Empresas familiares: governança, estruturas e transações abordará temas de alto impacto a empresas familiares e a seus sucessores (seja na condição de acionistas, conselheiros e executivos).
Como parte relevante do patrimônio de uma família, a empresa familiar pode contar com a participação dos sucessores na criação e proteção de valor por meio de diferentes ângulos. Um processo sucessório planejado e bem executado é essencial para o sucesso de uma empresa e, quando aliado a uma fusão empresarial ou a aquisição de outros negócios, pode garantir a prosperidade e perenidade do legado familiar.
Dentro deste contexto, os painelistas discutirão temas como mudanças causadas pela chegada de novos sócios-sucessores, a separação de papéis dentre membros da família, instrumentos de governança, diversificação e gestão de valor empresarial, riscos de sucessão, e transações como ferramenta de perenidade. Como perceber o momento de trazer pessoas externas à família para a sucessão? Quais as instâncias de governança mais adequadas? Como organizar o patrimônio em diferentes negócios? Quais as mudanças após a aquisição de outra empresa? Compartilharemos respostas, perspectivas e experiências de executivos e profissionais com experiência em tais matérias, com uma abordagem direta e prática, tratando de dúvidas e desafios encontrados no dia a dia dos participantes.
Marco Almeida, sócio do Lobo de Rizzo, mediará o painel e enxerga que “a definição do papel de cada sucessor na vida da empresa familiar, com a atribuição clara de direitos, deveres e poderes, é fundamental para alinhar expectativas e direcionar esforços coordenados para a institucionalização e perpetuação da empresa familiar”.
“Frequentemente, a falta de informações confiáveis impede que famílias considerem uma fusão com um competidor ou a aquisição de um negócio complementar como ferramentas de sucessão e de perenidade patrimonial. O processo, na prática, é totalmente adaptado ao contexto de cada empresa e aos objetivos de cada família. O evento traz uma oportunidade única para debater estes e outros temas de maneira aberta e amigável. Há muito conhecimento a ser multiplicado”. É o que diz que Alberto de Oliveira, sócio da JK Capital e um dos mediadores do painel.
A área de consultoria será apresentada pelo escritório de advocacia Lobo de Rizzo e pela empresa de assessoria financeira JK Capital.
Um tema ainda evitado
Marcio Atz, diretor geral da Atlas, chama a atenção para o fato de a sucessão familiar ser um assunto ainda evitado, tamanha a sua complexidade. Seja por insegurança e medo em relação ao futuro ou mesmo por negação, os empresários adiam o debate e as decisões sobre quem dará continuidade aos seus negócios. “Hoje, apenas 25% das empresas desta área vencem a primeira sucessão, o restante sucumbe após 20 ou 30 anos, seja a empresa de pequeno, médio ou grande porte”, afirma Atz, ao afirmar que 90% das empresas brasileiras são familiares atualmente, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A projeção da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) prevê que o setor vai crescer em torno de 2,8% em 2025.
Para Atz, são números expressivos e importantes, o que justifica que essas empresas tenham saúde financeira e continuidade.
O Projeto Sucessores também deve promover, mais do que troca de conhecimento e networking, crescimento em termos de negócios e parcerias. A expectativa é superar o evento anterior, quando foram movimentados cerca de R$ 280 milhões pela organizadora e seus apoiadores. A ideia, segundo Atz, é repetir os bons indicadores e seguir aproveitando o cenário econômico que, apesar do impacto enchente histórica que atingiu o Rio Grande do Sul no ano passado, se mantém razoavelmente positivo, com boas movimentações de consumo no setor.
Os participantes do Projeto Sucessores ainda terão acesso a uma programação cultural, gastronômica e turística no Uruguai. O evento tem como apoiadores as empresas ArceloMittal, Mundial Prime, Viapol e Suvinil, Marluvas, e Max Ferramentas, além do Ministério do Turismo do Uruguai.
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RAFAEL GALINDO MARCHESANO
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