Macapá, fevereiro de 2024 – A capital Macapá (AP) recebeu no último final de semana, 24 e 25, o 1° encontro anual do Startup20, grupo de trabalho do G20 que reúne representantes de seus países para discutir rumos e tendências de startups e pequenos negócios. Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, fintech que facilita o acesso dos brasileiros a uma vida financeira global e a única apoiadora privada do encontro, conduziu a plenária “Beyond Value: Global Strategies for Valuation and Risk Management for Startups” (em tradução livre: Além do valor: estratégias globais para avaliação e gestão de riscos para startups).
A plenária aconteceu no primeiro dia do encontro, 24, no auditório principal do Sebrae AP, que sediou o evento. Durante cerca de uma hora, e com interação da plateia, composta por empreendedores e representantes institucionais do universo das startups, bem como delegações internacionais, Danilo abordou pontos e fundamentos estratégicos para a avaliação e gestão de riscos para startups.
O economista-chefe da Nomad iniciou a conversa explicando que a ideia de Inovação como motor social parece moderna, mas já aparece na literatura econômica desde os anos 1920, tanto com o conceito dos “espíritos animais”, inaugurado pelo inglês John Maynard Keynes, quanto com o de “destruição criativa”, cunhado pelo austríaco Joseph Schumpeter. “As duas noções continuam válidas e ajudam as jovens empresas a inovarem e conseguir investimento para tanto. Temos visto isso na prática no Startup20, com diversos casos de sucesso aqui apresentados”, comentou.
“As startups precisam buscar a Inovação constantemente, mas não necessariamente de forma completamente independente, como antes se pensava. Esse constante processo em busca da Inovação e escalabilidade pode e deve ser olhado de perto pelo poder público, uma vez que novos negócios, quando bem-sucedidos, impulsionam a sociedade civil e cumprem um importante papel social. E é por isso que faz todo sentido que um evento como este seja realizado dentro do contexto do G20.”
Danilo, que também é Professor no Departamento de Economia da FEA/USP, com doutorado pela Universidade de Cambridge, explicou a seguir porque considera a gestão de risco dentro das empresas e startups tão importante e como, a seu ver, pode ser feita. “Precisa ser trabalhada de forma sistemática, diariamente, e para isso é preciso levar em consideração quais são os eventos que podem gerar risco para o negócio, a probabilidade de ocorrência desses eventos e quais seriam os seus impactos reais.”
Para isso, o economista explica que o primeiro passo é estar atento aos dados, fazendo uso de uma caixa de ferramentas diversas, atuais e de fácil acesso, como as que fazem uso de Inteligência Artifical ou se baseiam em Machine Learning e Big Data, com o objetivo de monitorar cenários, entender os principais desafios e prever possíveis desdobramentos. “Dados e análises estatísticas nos ajudam a tomar decisões baseados em eventos passados, algo historicamente inteligente e sensato. No entanto, e aqui já entra a minha segunda premissa para análise e gestão de risco, o futuro nem sempre é uma extrapolação do passado e essa abordagem, por mais sofisticada que seja, nem sempre consegue prever alguns eventos importantes.”
Danilo se refere a acontecimentos geralmente de escala global, fora da curva ordinária, como, por exemplo, crises geopolíticas ou financeiras, mudanças climáticas e pandemias, e cita a Incerteza radical, obra dos economistas Frank Knight e John Maynard Keynes que aborda os conceitos de risco e de incerteza. “No final de 2019, por exemplo, quem poderia imaginar o que viria pela frente? A pandemia do coronavírus não era algo previsível via análises estatísticas e, além dos tristes desdobramentos sociais e de saúde pública, impactou centenas de milhares de negócios no mundo todo.”
O terceiro passo explicado pelo economista para o público da plenária tem a ver com a importância e potencial de boas histórias e bons narradores. “Diversos negócios se mantêm sólidos ao longo do tempo apesar dos desafios e incertezas radicais e isso tem muito a ver com uma boa comunicação, o poder das histórias bem contadas e a credibilidade e confiança transmitidas”, explicou. “Ou seja, é importante que os fundadores e líderes das startups calculem os riscos e entendam as incertezas, mas é igualmente válido levar em conta a intuição no momento de tomada de decisão. A construção de relações baseadas em credibilidade e confiabilidade ajuda a motivar times internos e a trazer novos investidores.”
Outra importante premissa para análise e gestão de risco, segundo Danilo, é nunca perder o ganho de escala de vista. “Ganho de escala muitas vezes é confundido com o aumento de tamanho da startup e, embora as duas coisas estejam correlacionadas, não são iguais. Escalabilidade vai além e coloca a empresa numa rota de economias exponenciais, o que gera valor a longo prazo”. O economista explica, ainda, que o valor gerado por determinadas atividades e startups pode ter reflexos positivos em outras empresas e segmentos e assim é possível entender o seu valor de forma plena.
O economista-chefe da Nomad encerrou sua plenária sobre avaliação e valoração de risco para Startups falando sobre a importância de um time diverso, com formações e experiências de vida fundamentalmente opostas e complementares. “Quando pensamos em startups, pensamos em tecnologia de ponta e nos famosos nerds – profissionais ligados às ciências exatas. E, embora eles sejam com toda a certeza parte importante da fundação e desenvolvimento dessas empresas, foi percebido que times que também possuem integrantes vindos das ciências humanas ou artes liberais constroem mais valor. Cultura empresarial é tão importante quanto qualidade técnica. E engajar um time é tão útil quando desenvolver bons produtos.”
O Startup20 é um grupo de trabalho do G20 que reúne representantes dos países-membros para discutir rumos e tendências de startups e pequenos negócios. No Brasil, país-sede de 2024, as reuniões estão sendo organizadas pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups). O primeiro encontro reuniu delegações de diversos países do grupo e cerca de 400 convidados no total, que incluíam representantes governamentais, empreendedores e especialistas. O tema central do encontro foi Bioeconomia e cerca de 30 startups regionais expuseram seu trabalho ao longo do evento. Saiba mais em: https://www.g20.org/pt-br/g20-social/startup20
Sobre a Nomad
A Nomad é uma fintech brasileira criada em 2019 com o objetivo de facilitar o acesso dos brasileiros a uma vida financeira global, oferecendo aos clientes simplicidade, segurança e economia nas transações internacionais. Por meio do app, a empresa oferece soluções financeiras como a contratação de operações de câmbio, conta bancária americana e acesso a investimentos internacionais, incluindo ações e ETFs negociados nas principais bolsas americanas. Com a Nomad, os clientes podem construir seu patrimônio financeiro em dólar, além de realizar transferências internacionais e compras internacionais com IOF reduzido, que pode gerar economia de até 10%, quando comparado com um cartão emitido no Brasil. O cartão Nomad é aceito em mais de 180 países para compras presenciais e virtuais, além de permitir saques em caixas eletrônicos (ATMs). Os serviços de investimento oferecidos pela Nomad são intermediados pela Global Investment Services DTVM Ltda. ais informações em: www.nomadglobal.com