Entre janeiro e setembro deste ano, o agronegócio em São Paulo teve superávit de US$ 16,62 bilhões, registrando um aumento de 7,5% em comparação com o mesmo período em 2022. A alta foi puxada pelo complexo sucroalcooleiro, que exportou US$ 7,23 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 86,9%. Os outros produtos que se destacaram no acumulado foram complexo soja, setor de carnes, produtos florestais e o grupo de sucos.
Os dados foram apresentados pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, com base nas pesquisas do Instituto de Economia Agrícola.
Leonardo Roesler, advogado especialista em direito empresarial e em agronegócio, afirma que a diversificação dos produtos exportados sugere uma capacidade notável de São Paulo em atender a diferentes demandas do mercado internacional.
Ele aponta que o saldo positivo do agronegócio em São Paulo pode ser atribuído a uma série de fatores interligados. “Esse aumento pode ser refletido em uma conjuntura internacional favorável, caracterizada por demandas robustas e mercado estratégicos. A China, por exemplo, conforme dados apresentados, figura como principal parceiro comercial de São Paulo nesse segmento”, afirma.
De acordo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, as exportações do agronegócio paulista representam 39,7% do total do estado, enquanto as importações correspondem a 7,1%. A China é o principal destino das exportações do estado, com US$ 5,34 bilhões, e detém 26,1% de participação no total do agro paulista.
Roesler ainda explica que outro ponto interessante são as medidas protecionistas, incentivos fiscais e investimentos em tecnologias de pesquisa no setor agrícola. “Eles têm contribuído muito para o fortalecimento e expansão das atividades do agronegócio paulista”, destaca.
Victor Nogueira, consultor de Agronegócio da BMJ Consultores Associados, informa que como o superávit foi propiciado tanto pela elevação dos valores comercializados, quanto pelo aumento da quantidade exportada pelos principais setores.
Expectativa para os próximos meses
Nogueira aponta que com a tendência manifestada nos nove primeiros meses de 2023, o setor deve continuar apresentando resultados positivos. “É bem provável que sim, encerramos o ano de 2023 com esse novo recorde histórico, graças ao excelente desempenho do setor sucroalcooleiro, do setor da soja, da carne do suco, da celulose, entre outros”, completa.
Segundo Leonardo Roesler, políticas públicas voltadas para o setor deverão influenciar decisivamente o cenário para os próximos meses, por isso a constante monitoração dos indicadores econômicos, “Bem como uma atuação proativa junto aos órgãos reguladores entre entidades representativas do setor, para antecipar e mitigar eventuais adversidades que possam surgir.” Para ele, a tendência também é uma continuidade do crescimento.
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