De acordo com dados do Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), em agosto de 2022 houve 52.842 admissões na área da construção civil, enquanto neste ano o número aumentou para 58.288 contratações no setor em São Paulo. Além do aumento de contratações ocorrido em um ano, o setor registrou crescimento de 1,1% no número de novos empregos em agosto em comparação com setembro.
A pesquisa Emprego Formal da Fundação Seade vem sendo analisada desde janeiro e constatou que em agosto foram criadas 8.086 novas posições no setor, o que resultou em 58,2 mil admissões e 50,2 mil desligamentos.
Em entrevista ao Brasil 61, o presidente do sindicato dos Economistas de São Paulo, Carlos Eduardo Oliveira, esclarece que o aumento se deu pela retomada de novas empresas, imóveis e projetos, que foram paralisadas por conta do coronavírus em 2019 — o que de acordo com ele afetou de forma significativa a economia do setor.
“Com relação à construção civil, nós recebemos aqui em São Paulo a retomada de vários projetos que até então estavam paralisados. Sejam por causa da economia. Seja o setor de serviço, comércio e a própria indústria, já que você tem os insumos que esse segmento usa, os serviços também que são prestados e também o comércio. Seja o comércio local, o comércio que vai gerar futuramente com a construção desses novos imóveis”.
O especialista também assegura que a retomada do setor traz perspectiva para a economia futuramente.
Dentre os municípios do estado, aqueles que apresentaram mais participação para a geração de novos empregos formais foram: Bauru, com 443 novas contratações; região metropolitana de São Paulo, com um total de 4.842 empregos criados; Santos, com 248 novas vagas; Ribeirão Preto, com 324, e Campinas, que registrou 1.178 contratações.
O economista Güidi Carneiro afirma que o lançamento de aceleração governamental do PAC, principalmente na área do programa Minha casa, Minha vida deve melhorar ainda mais o desenvolvimento do setor da construção civil, podendo elevar ainda mais os dados de empregabilidade no estado.
“Na parte da construção civil, você tem crescimentos expressivos nos últimos 3 anos, 9,7% em 2021, 6,9% em 2022 e esse ano caindo um pouco, quer dizer, você tem uma redução na taxa de crescimento, principalmente na parte específica do Minha Casa Minha Vida deve melhorar e impulsionar um pouco mais o setor de construção civil e ajudar a melhorar esses dados, que esperamos que sejam bem positivos para o ano de 2024”.
Para o próximo ano, os especialistas garantem que de acordo com os principais indicadores que avaliam a atividade econômica do estado, a tendência para o setor é positiva, embora possa se mostrar de forma mais lenta ou menor do que em 2023.
Outros setores
O professor de economia Otto Nogami também ressalta que São Paulo, o estado mais rico do Brasil, tem o maior PIB do país, que corresponde a 32,4% de todo o PIB nacional.
“Dados apurados pela Fundação Seade mostram que de abril a junho de 2023 o PIB do Estado de São Paulo avançou 0,7% no trimestre em relação ao trimestre anterior, já descontados os efeitos sazonais. O resultado foi influenciado pelo desempenho da agropecuária, com crescimento de 2,5%. Os setores da indústria e de serviços registraram expansão de 1,6% e 0,3%, respectivamente”
Conforme a análise de Otto Nogami, a economia do estado de São Paulo se destaca por sua diversificação, evidenciando um desenvolvimento em todos os setores econômicos. “O setor de serviços é o mais representativo do estado, correspondendo a cerca de 73,2% do PIB estadual. O setor industrial é o segundo maior setor econômico do estado, correspondendo a cerca de 25% do PIB estadual. Embora o setor agropecuário corresponda a apenas cerca de 2% do PIB, é um setor diversificado, mecanizado e com grande número de empregados”.