O governo do estado de São Paulo planeja implementar um batalhão especial da polícia militar na região central da capital paulista. A medida visa aumentar a segurança da população e fomentar a atividade de polícia ostensiva — e ainda o combate à prática de roubos e furtos na região central de SP e o tráfico de drogas na região da Cracolândia.
De acordo com a Secretária de Segurança Pública do estado, nos próximos meses está prevista a transferência da nova sede da 2ª Companhia (CIA) do 7º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) para a Avenida Rio Branco e a transferência da sede da CIA de Força Tática do 7º BPM/M para a região das “Cenas Abertas de Uso”.
Na avaliação do especialista em segurança pública, Antônio Testa, a medida pode contribuir para a diminuição da criminalidade na região.
“Todas as capitais, as grandes cidades deveriam ter esse tipo de batalhão trabalhando para coibir o tráfico e o roubo dessas quadrilhas que assaltam pessoas que estão sempre passando por ali, que geralmente são pessoas desprotegidas. São idosos, são mulheres, são pessoas que estão indo para casa do trabalho e que não tenham a proteção extensiva da polícia. Então acho que esse batalhão poderá ajudar sim, porque a presença do estado fardado com um batalhão treinado para enfrentar esse tipo de criminalidade pode surtir um efeito positivo”.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), desde abril quase mil roubos foram impedidos na região central da capital paulista. Ao longo dos primeiros seis meses deste ano, as forças policiais prenderam/apreenderam 1.322 criminosos, indicando um aumento de 68,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com o órgão, as ações executadas na última semana do mês julho resultaram na prisão em flagrante de 70 infratores na região, além da captura de 23 indivíduos procurados pela justiça.
Para o especialista em segurança pública, além de policiamento ostensivo são necessárias políticas públicas de enfrentamento ao tráfico e a criminalidade.
“O crack é uma tragédia que é crescente, porque há uma indefinição no Brasil de quem deve combater. Se o vício do crack é um problema de segurança pública ou é um problema de saúde. Na verdade, é um problema dos dois. Enquanto não houver uma política pública conjugada, articulada de todos os sistemas na área social, de família, educacional, segurança pública e saúde, não vai mudar” — alerta.
Em nota a Polícia Militar de SP informou que está “comprometida com o bem-estar de todos, e tem se esforçado para garantir aos moradores, comerciantes e frequentadores da região, um ambiente de segurança capaz de promover às demais partes envolvidas na solução dos problemas decorrentes do uso de drogas possam atuar e mitigar as demais consequências desse grave problema social que aflige a cidade de São Paulo”.
A Polícia Militar ainda ressaltou que diariamente efetua prisão de procurados pela justiça, traficantes e outros criminosos na região. Segundo o órgão, esse trabalho pode ser acompanhado de forma remota, acessando a aba transparência, em “Segurança Pública nas regiões de cenas abertas de uso do centro da capital”, no site da Secretaria de Segurança Pública.