A safra de milho de Mato Grosso 2022/23 teve uma alta de 1 milhão de toneladas a mais do que o previsto na comparação com a previsão do mês anterior, chegando ao recorde de 51 milhões de toneladas. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Com a finalização da colheita, o Imea espera um crescimento de 16,4% na produção em relação ao ciclo anterior, com impulso de 11% nas produtividades e 4,8% na área plantada. A consultora de Agronegócios, Marina Nobre explica que o avanço na safra de milho é resultado da exportação do Brasil, além de ser o maior consumidor interno do cereal para a produção de etanol.
“A razão desse impulso pode ser dividida em três partes. Uma delas é o aumento de exportação por países parceiros como a China e Japão que já exportaram 1 milhão de toneladas cada, no primeiro semestre de 2023. Em segundo lugar, o maior consumo interno para a produção de etanol e em terceiro, as boas condições climáticas trazidas pelos produtores”, explica Marina Nobre.
A nova safra de soja 2023/24 será plantada a partir de setembro no Mato Grosso. A estimativa é que haja aumento anual de 0,82% na previsão de área plantada de soja, para 12,22 milhões de hectares, mesmo número do levantamento de julho.
A consultora ainda ressalta que a tendência é que o crescimento permaneça, principalmente se amenizar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia
“A tendência é que a crescente permaneça, tanto pelo fato das exportações continuarem funcionando a produção de milho e também um cenário mais estável para os produtores que sofreram com o aumento do preço insumo de causado pela crise energética na China e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Outro ponto também que pode manter a crescente, é o incentivo do governo por meio de um plano safra robusto, como o que aconteceu este ano — que foi o recorde safra entre outros incentivos de crédito”, ressaltou.
Com a previsão do Imea para a próxima safra, os resultados seriam de 43,78 milhões de toneladas. resultado estável ante a previsão de julho, mas uma queda de 3,39% na comparação com o ciclo passado. Isso ocorreria em razão das produtividades esperadas mais conservadoras, após uma colheita recorde de mais de 45 milhões de toneladas em 22/23.