Em 2023, muitas grandes empresas pediram falência, anunciaram que passam por uma situação financeira delicada ou, até mesmo, fecharam definitivamente. Essas situações, em grande parte, estavam ligadas diretamente aos riscos corporativos ou, na realidade, ao mau gerenciamento desses riscos. Mas o que esse termo significa?
Os riscos corporativos são eventos que, de alguma forma, podem afetar o cumprimento dos objetivos de uma organização, seja o seu funcionamento interno, as suas finanças ou a sua imagem. Principalmente por causarem graves danos à reputação da companhia, a identificação e gestão desses riscos, antes que eles de fato aconteçam, são de extrema importância e podem ser uma forma de evitar que a empresa chegue nas situações que vimos com tanta frequência no último ano.
O especialista em governança, cibersegurança e ESG, Claudinei Elias, Partner e CEO Global da Ambipar ESG, explica que atualmente há diversos riscos, mas cita os três principais dentro de um contexto de negócios, que devem ser foco de empresas de todos os portes.
O primeiro são os riscos de cibersegurança. “Com a crescente digitalização, as chances de ataques cibernéticos, vazamentos de dados e fraudes on-line se intensificam. Por isso é importante implementar sistemas robustos de segurança da informação, realizar auditorias de cibersegurança regulares e promover a conscientização e treinamento contínuo dos colaboradores sobre as melhores práticas de segurança digital”, explica Elias.
Em segundo, o executivo destaca os riscos de conformidade regulatória. “As regulamentações estão sempre em constante mudança e seu não cumprimento pode resultar em penalidades significativas”, diz o CEO, destacando que é importante manter-se atualizado com as regulamentações vigentes, especialmente a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “Utilize ferramentas de compliance para monitorar e gerenciar obrigações regulatórias, além de realizar treinamentos regulares para garantir que toda a equipe compreenda as normas aplicáveis”, esclarece.
Para finalizar, o especialista cita os riscos de continuidade de negócios. “Interrupções inesperadas, como desastres naturais ou crises de saúde pública, podem afetar gravemente as operações. Por isso é importante, desenvolver um plano de continuidade de negócios abrangente, incluindo estratégias de resposta à crises e recuperação de desastres. Uma boa dica é realizar testes e simulações regulares para garantir a prontidão da equipe e a eficácia dos planos”, aclara Elias.
Apesar de parecer algo um tanto comum, muitos empreendedores pecam em princípios básicos do negócio, uma vez que os riscos fazem parte de qualquer tipo de gerenciamento que uma empresa deva ter. Um ponto que muitos podem refletir é: diante das constantes mudanças do mundo, tanto tecnológicas quanto climáticas, a sua empresa está a “salvo”?