São Paulo, abril de 2024 – Realismo fantástico ou fantasia realista? As discussões da 19ª edição do Festival Literário Internacional de Poços de Caldas (Flipoços), um dos principais eventos literários do País, serão o palco ideal para o lançamento, no dia 27 de abril, do primeiro livro da trilogia Santo Adamastor (Autografia), do escritor Alexandre Gossn. O volume I – A Concepção – acaba de chegar às livrarias e será apresentado ao público mineiro às 16h30, no Coreto Cultural, na 1ª Vila Literária de Minas Gerais, Parque José Affonso Junqueira, em Poços de Caldas.
Adamastor é um jovem que cresceu acreditando que seria um santo, convencido desde a infância por sua mãe de um destino sagrado. Isso fez com que, já na fase adulta, ele se tornasse um fundamentalista capaz de chegar às últimas consequências para levar adiante sua fé e arregimentar e manter seus fieis seguidores.
Para o lançamento, Gossn ministra a palestra “Literatura, História e Realismo | Porque ler realismo fantástico na era das fake news: de Dom Quixote a Machado de Assis, de Garcia Márquez a Saramago, Santo Adamastor denuncia as mentiras milenares que ainda contamos”, com mediação do escritor Tadeu Rodrigues.
Neste primeiro livro da saga, o leitor é apresentado ao surgimento do personagem principal, do nascimento às passagens da infância e da juventude até a concepção e posterior formação de sua célebre e controvertida seita: A Seita Adamastoresca.
Sob o céu das Gerais
Ambientada nas Minas Gerais de décadas atrás, a história adota o microcosmos de uma pequena vila como palco e laboratório para estudar a alma humana. A obra é recheada de referências a personagens conhecidos das artes e do pensamento humano, como Carl Jung, Sigmund Freud, Rita Lee e até o cantor Nelson Ned. Cabe a aproveitadores e incautos que rodeiam o protagonista tentar dogmatizar os devaneios do suposto santo e, assim, forjar o adamastorismo, a “filosofia” que norteará as suas ações ao longo da trilogia, uma combinação do que há de pior no pensamento humano em matéria de fundamentalismo religioso e autoritarismo político.
O tema do fanatismo pode ser considerado pesado para alguns leitores, mas é preciso dizer que o autor não poupa nenhum tipo de extremismo ou absolutismo, visto que a história é costurada com uma ácida crítica social não só às religiões, mas também à política e até mesmo à Ciência.
O autor cuida, porém, para que a crítica e pensamento sirvam à história, usando o formato da sátira para refletir e, acima de tudo, para entreter quem se aventurar. Por isso, mesmo nos momentos mais escatológicos, da trama (e não são poucos), a obra é conduzida com leveza, em tom claramente cômico e bem-humorado. Entre uma risada e outra, Gossn tende a levar o leitor à reflexão sobre esses assuntos contemporâneos.
Um livro curado ao longo dos anos
Apesar desta ser a primeira obra de ficção de Gossn, que é autor de outros quatro títulos frutos de suas pesquisas acadêmicas, Santo Adamastor foi o início de sua prática como escritor e começou a ser planejado quando ele ainda tinha 18 anos. Traz forte inspiração nos livros que leu na adolescência, como Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, Cândido, de Voltaire, e O alienista, de Machado de Assis, sem deixar de lado lampejos do realismo fantástico de Gabriel Garcia Marques e de José Saramago. Este último, autor com o qual o escritor guarda enorme carinho e identificação, a ponto de ter sido convidado a dar palestras sobre a obra de Saramago pela perspectiva das Ciências Sociais em festivais de literatura até mesmo em Portugal, terra natal do escritor de A Jangada de Pedra.
“O frescor de certa rebeldia inerente à idade está no texto e, como decidi publicar a saga mais de 20 anos após terminá-la, optei por, propositalmente, não a revisar no que toca a sua essência. Não me pareceu correto podar a rebeldia, a imaturidade e os rompantes de um escritor com os seus hormônios rebuliçados e certezas e incertezas próprias das poucas décadas de vida, porque parte da alma do livro é justamente chafurdar em uma mescla de inocência com sabedoria”, afirma ele, que ainda revela que o livro mescla a ficção fantástica com toques autobiográficos.
O autor lembra ainda que o primeiro volume levou 12 meses, entre elaboração e revisão, tendo sido revisto ao final, justamente por sua avó, Nona Vicentini, uma de suas maiores incentivadoras nas artes e sua primeira leitora, que morreu tempos depois da conclusão da trilogia.
Sobre o autor
Alexandre Gossn é escritor, pesquisador da Universidade de Coimbra (UC), doutorando em Estudos Contemporâneos pelo Instituto de Investigação Interdisciplinar da UC, advogado, mestre em Direito e tem sido figura constante nos mais importantes festivais literários do País, sendo um autor relativamente recente, uma vez que publicou sua primeira obra em 2019.
Além de Santo Adamastor, publicou no Brasil, América do Sul, EUA, Canadá e Europa os livros Chapados de Cloroquina – a morte da empatia (2021), Fascismo Pandêmico (2020), Cidadelas & Muros: como o ser humano se tornou um animal urbano (2020) e de Liberdade, Metamoralidade & Progressofobia (2019), tendo os dois primeiros títulos sido selecionados para integrar o acervo da Library of Congress, em Washington (EUA).
Serviço
Santo Adamastor – volume I: A concepção
De Alexandre Gossn
Editora Autografia
264 páginas
Preço sugerido: R$ 68,00 (venda em www.autografia.com.br e www.amazon.com)
ISBN 978-85-518-5991-9
Outras informações em www.alexandregossn.com.br
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