Por Thiago Leão
Idealizado na década de 70 pelo ex-CEO da Intel, Andrew Grove, a metodologia OKR (Objectives and Key Results) se firmou como uma das principais estratégias para fortalecer a procura e o cumprimento de objetivos dentro de uma empresa. Desde então, naturalmente, essa ferramenta, que faz parte das conhecidas “metodologias ágeis”, passou por transformações e adequações, e hoje, habita um espaço de enorme valor estratégico para gestores que desejam fomentar um novo patamar de mensuração e efetividade de processos.
Nesse intervalo de tempo, grandes referências surgiram sobre o tema, trazendo reflexões importantes para quem quer implementar o OKR. Enquanto uma ferramenta de visualização e organização de informações, auxiliando os profissionais no diagnóstico de procedimentos e na própria metrificação, balanceando resultados e complexidades, o formato desponta como uma opção promissora, justamente por jogar luz a um momento extremamente crítico para o destaque no mercado e o sucesso de pequenas, médias e grandes empresas.
Por sinal, a metodologia OKR é bastante marcada por sua flexibilidade. Pode ser aplicada tanto em nossa vida pessoal como na área de Business Intelligence (BI) de corporações consolidadas. É possível aplicar OKR em praticamente tudo que há um objetivo a ser alcançado. E, evidentemente, a indústria não está fora dessa possibilidade. Aqui, a ideia principal, que serve de alicerce para sua aplicação, é justamente promover uma mudança cultural na forma como situações e circunstâncias são concebidas, e como elas estão influenciando na conquista (ou não) de determinados objetivos.
O OKR na prática
Em resumo, o OKR é personificado pela prática de definir objetivos e encontrar resultados-chave, como o próprio termo original sugere. Afinal, o que indica que o objetivo traçado está sendo devidamente contemplado pelos processos? Qual é o nível de aderência e execução? Essa é uma metodologia que se propõe a responder essas e outras perguntas. Em comparação a metodologias tradicionais, o OKR se destaca por um modus operandi de foco e agilidade, e não por acaso, apresenta um forte apelo para projetos de curto e médio prazo. Nesse sentido, há uma definição de uma periocidade reduzida para metas e objetivos, com o intuito de reunir uma série de iniciativas centralizadas em resultados-chave específicos.
Aliás, esse é um diferencial inegavelmente relevante no momento que vivemos. Em mercados com atualizações recorrentes e desafios que surgem a todo instante, a necessidade de repensar novos métodos estratégicos e operacionais é real. Por ser centrado em resultados, com maturidade e abertura para que os profissionais repensem e readéquem práticas ‘no meio do caminho’, o OKR acaba sendo fundamental.
Hipoteticamente falando, se um projeto, no período de tempo de 3 meses, não está apresentando resultados – e nenhum tipo de sinal de melhoria –, é possível revisitar a estratégia e preservar a continuidade dos processos. Com resultados-chave inseridos na conversa, essa iniciativa pode ser mais focada e inteligente.
Desafios, impacto cultural e opção para a indústria
O OKR, assim como outras ferramentas consideradas de metodologia ágil, é um formato que demanda esforços e mudanças pontuais, o que pode alavancar desafios para as empresas, especialmente na etapa de implementação. Qualquer empresa, de qualquer segmento e porte, pode utilizar o OKR, mas isso não significa que essa transição possa ser conduzida a esmo, sem um olhar criterioso sobre a participação das pessoas.
As pessoas, sob a figura dos profissionais, são agentes condutores da metodologia OKR. Logo, é um requisito praticamente obrigatório que a cultura corporativa abrace o método e estimule seu compartilhamento, tornando-o acessível, flexível e disponibilizado para todos os departamentos, não exclusivo à alta gestão. É preciso trabalhar e disseminar esse mindset de maneira colaborativa, incentivando a interatividade e a discussão, pelo amadurecimento dessas ideias. Para começar a praticar, é possível fazer desde através de post-it em quadros até usando sistemas especializados. Vai depender da complexidade, quantidade de projetos e orçamento envolvido.
As métricas, bem definidas e alinhadas, auxiliam no entendimento da situação atual, com realismo e harmonia de ideias. Com o aporte de uma base de dados estruturada, será muito mais fácil diferenciar o que é resultado-chave e o que são indicadores. Enfim, ‘separar o joio do trigo’, colocando à tona o que realmente contribui para a conquista dos objetivos.
Do ponto de vista da indústria, o apelo do OKR se faz valer por sua característica de visão estratégica, foco no que realmente importa, transparência e estímulo à inovação coletiva. Essa é uma porta de entrada significativa por um cotidiano orientado à eficiência operacional, e pode ser convergida entre toda a cadeia de operações que marcam o dia a dia industrial, desde a gestão de estoque à cadeia de suprimentos e o setor financeiro. Por uma margem de erros reduzida e uma consonância estratégica maior, entendo que esse é um excelente caminho.
E para quem está interessado em aderir à metodologia OKR, fica a dica: não existem regras absolutas. O OKR não é um dogma, depende diretamente das propostas para sua aplicabilidade, sofre influência de circunstâncias e funciona, essencialmente, por seu grau elevado de flexibilidade. Por ser tão disruptivo, esse é um formato compatível com o dinamismo que mundo exige, democratizando a construção de projetos e agregando valor à definição de metas, por um trajeto menos tortuoso e mais inteligente, que termine, claro, na obtenção de todos os objetivos traçados.
*Thiago Leão é Diretor Comercial da Nomus, empresa especializada no desenvolvimento de sistemas para excelência na gestão de indústrias. Engenheiro Mecânico pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Sobre a Nomus
No mercado desde 2005, a Nomus desenvolve sistemas de gestão ERP e PCP especialistas no segmento industrial. A empresa se destaca no mercado por ter sido fundada por engenheiros de produção, que projetaram os sistemas para utilizar conceitos avançados de Engenharia de Produção e tecnologia web afim de levar a excelência na gestão para as fábricas brasileiras. Sediada no Rio de Janeiro, a Nomus possui atuação em todo território nacional. Veja mais: https://www.nomus.com.br