Postulante à cadeira nº 9 da Academia Brasileira de Letras, vaga após a morte de Alberto da Costa e Silva, aos 92 anos, o senador e ex-ministro paraibano radicado no Rio de Janeiro, Ney Suassuna, possui uma curiosa trajetória no universo literário.
Com gêneros variando entre prosa, poesia e ciências sociais, sua obra já acumula mais de 40 títulos desde que começou a escrever em 1979. Porém, somente a partir de 2023, aos 82 anos, é que estes livros começaram a chegar ao grande público, quando lançou simultaneamente oito títulos, durante a Bienal do Livro/RJ.
Empresário, professor, escritor, poeta, pintor, compositor e membro de três Academias (Academia Nacional de Educação, Academia Nacional de Administração e Academia de Educação do Estado do Rio de Janeiro), Ney Suassuna nasceu em Campina Grande (PB) em 1941 e sempre foi um amante da literatura e escritor contumaz. Porém, até então, ele produzia os próprios livros, imprimia e circulava as cópias entre familiares e pessoas próximas.
As obras lançadas, de maneira independente até o momento são: “O Enterro da Quenga”, “Mártires Esquecidos: As lutas pela liberdade no nordeste brasileiro”, “Brasil x Argentina: Tensões históricas e geopolíticas nas relações entre os dois países”, “Herança Bonoba: A humanidade só pensa naquilo”, “Desafios”, “Sabor de Manga”, “Abrindo o Baú – Uma Volta ao Passado”, “Desenhos e Poesias”, “Saga Suassuna”, “É proibido ter ideias novas”, “Ousadia”
e “A República da Gaveta”.
Desta maneira, o público pôde, pela primeira ver, ter a oportunidade de apreciar a sua escrita envolvente, em romances, crônicas, ensaios e poesias carregados de ensinamentos da vida sertaneja, enriquecidos com muito conhecimento e pontuados de preocupações com o Brasil e seu povo.
Trajetória – Embora Ney Suassuna tenha escrito seu primeiro livro em 1979, desde muito jovem ele já tinha gosto pela escrita. Aos 14 anos, na época do então ginasial, escreveu o jornalzinho “O Lábaro”.
“Sempre tive um apreço muito grande pelas artes. Na verdade, não só eu, mas toda a minha família. Meu primo, Ariano Suassuna, foi um exemplo. A literatura me acompanha desde sempre. Mas quando a gente percebe que está ficando velho e pessoas próximas vão embora, sentimos necessidade de deixar uma marca no mundo. Meus livros são essa marca”, enfatiza o autor, que continua em franca atividade literária, com mais dois livros sendo finalizados.
Paralelamente ao trabalho artístico, Ney Suassuna é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), presidente da Associação Comercial e Industrial da Barra da Tijuca, presidente do centenário Anglo-Americano Escolas Integradas, bacharel em Administração e Economia pela UFRJ e em Pedagogia pela Faculdade Castelo Branco, também no Rio de Janeiro. Cursou a Escola Superior de Guerra em 1982.
Foi Senador da República durante 12 anos, com grande atuação no Parlamento. Também exerceu o cargo de Ministro da Integração Nacional. Atualmente é Senador suplente até 2028.