A necessidade de entender as questões infantis cresce a cada dia. Nesse contexto surge a Neuropsicologia, ciência que estuda a relação entre o cérebro e os comportamentos que o indivíduo tem ao longo da vida. No caso das crianças, ela se dedica à análise da relação do cérebro com os comportamentos desenvolvidos na infância, principalmente quando se manifestam como algum tipo de problema de aprendizagem. Já a avaliação neuropsicológica é recomendada para os casos em que há suspeita de uma dificuldade cognitiva ou comportamental de origem neurológica. Ela é uma ferramenta de apoio extremamente valiosa para o diagnóstico e tratamento de diversas enfermidades neurológicas, problemas de desenvolvimento infantil, comprometimentos psiquiátricos, alterações de conduta, entre outros. Nesse processo o cérebro tem uma influência direta no ajuste comportamental, cognitivo e social de crianças e adolescentes. Dessa forma, os transtornos devem ser trabalhados com base em um modelo integrado de neuropsicologia. Logo, o neuropsicólogo tem um papel importante nesse processo, ele pode fornecer uma análise mais completa e precisa das habilidades da criança no Transtorno do Espectro Autista (TEA), podendo assim ajudar a identificar quais áreas precisam de intervenção e quais estratégias podem ser úteis para ajudar a criança a lidar com suas dificuldades.
Para a realização da avaliação neuropsicológica, é preciso conhecer as diferentes teorias do desenvolvimento, analisar o histórico de cada caso, realizar observações diretas e indiretas do comportamento da criança e conversar com as pessoas envolvidas na vida da criança. Com isso, o profissional descobre as causas neurológicas pra certos transtornos e problemas cognitivos, examinando todas as habilidades de raciocínio necessárias para um bom desempenho dentro e fora da escola, habilidades como memória, atenção, raciocínio, cognição social, e solução de problemas.
Independentemente da área de atuação do neuropsicólogo, é fundamental que ele busque, acima de tudo, a melhoria da qualidade de vida do paciente, além de poder trabalhar com outros profissionais (neurologistas, neuropediatras, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, etc.) para alcançar esse objetivo juntos com uma equipe multidisciplinar.
Percebe como realizar uma avaliação neuropsicológica, não é uma tarefa fácil? O profissional que atua ou pretende trabalhar nessa área precisa de muito estudo e atualizações constantes. Ao fazer isso, ele contribui muito para o avanço científico e para o bem-estar de seus pacientes.
Autora: Erika Moura, Psicopedagoga Clínica e Neuropsicóloga.