“A lua triste descamba” (Pallas Editora), o romance de Nei Lopes que destrincha as memórias do subúrbio carioca e o surgimento das primeiras escolas de samba, ganha nova edição neste 2023, oito anos depois do seu lançamento original. A tarde de autógrafos será na próxima segunda, 6 de novembro, a partir das 16h, durante a Semana de Cultura da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), em Botafogo, Rio de Janeiro.
Além de uma caprichada roda de samba, como era de se esperar num evento de Nei Lopes, haverá uma mesa redonda reunindo os escritores Rachel Valença e Luiz Antônio Simas e o presidente da Casa, Alexandre Sanini, com mediação do jornalista Walter Honorato. Na ocasião, o autor, cantor e compositor receberá a Medalha Rui Barbosa, concedida anualmente, desde 1949, àqueles que se destacaram na contribuição e no fortalecimento da cultura brasileira.
O livro da Pallas rebobina um tempo alinhavado por outras gírias e expressões, com as paisagens interioranas e chácaras onde cresceram prédios e hábitos prosaicos de sua gente – namoro no portão, cadeira de praia na calçada e festas de rua, pagãs e religiosas. A música risca a narrativa, com rodas de choro, ranchos que se transformaram em escolas de samba e a mítica Praça Onze.
“A nova edição deste que é um dos meus romances preferidos superou todas as minhas expectativas. Graficamente elegante, ele é também misterioso, como eu sempre desejei. E é tão instigante, quanto sempre foi para mim, o pedaço carioca onde a trama principal se desenvolve, entre o Estácio e Oswaldo Cruz”, pontua Nei Lopes, 81 anos vividos entre livros e sambas.
O protagonista de “A lua triste descamba” é Juvenal, o Nanal, legítimo representante da malandragem carioca dos anos de 1940. Ele narra as suas aventuras que percorrem a geografia do samba: do Estácio para Madureira, do Largo da Carioca para o Largo de Campinho, da Central a Osvaldo Cruz e para Fontinha, bairro depois rebatizado para Bento Ribeiro.
O relato de Juvenal vai mesclando fatos históricos e personagens reais, como Grande Otelo, Bide e Ismael Silva, a outros assumidamente inventados. E, nessa mistura, vale tudo: amor, jogo, política, o comércio da música e até mesmo a questão dos direitos autorais se entrecruzam, inclusive, numa sequência de crimes misteriosos.
“A lua triste descamba”
Nei Lopes
168 páginas
R$ 53
NEI LOPES AUTOGRAFA “A LUA TRISTE DESCAMBA”
QUANDO: Segunda, dia 6 de novembro, a partir das 16h
ONDE: Fundação Casa de Rui Barbosa – Rua São Clemente, 134, Botafogo, Rio de Janeiro
QUANTO: Entrada franca
E MAIS: Alexandre Sanini, Luiz Antônio Simas e Rachel Valença, com mediação de Walter Honorato
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