Por Rafael Calliet
Quando resumimos a realidade de grande parte dos escritórios de advocacia no Brasil, tomando como exemplo o imaginário popular, a projeção é uma só: uma rotina caótica e dinâmica, com inúmeras papeladas e um profissional do Direito que deve se desdobrar para estar presente em todas as frentes, sempre com exatidão e qualidade de trabalho ilibada. Com prazos, atualizações constantes e a necessidade de monitorar e adequar seus processos em tempo real, o advogado, em muitos casos, vê a busca incessante por mais clientes terminar em um alto volume de trabalho, que não só o coloca em uma situação de exaustão mental rotineira, como compromete a prestação de serviços e a própria manutenção da carteira de clientes.
Hoje, do ponto de vista dos advogados, ter tempo hábil pode até parecer utópico, como um cenário distante e inalcançável. Foram anos de ‘hiper responsabilização’, em que esses profissionais precisam fazer de tudo para assegurar a continuidade e a efetividade dos escritórios, mesmo que, para tal, tenham de abrir mão do que realmente define a profissão: advogar.
Como consequência, esses advogados, inseridos nesse contexto de pressão e esgotamento mental, acabam extremamente sobrecarregados, sem disponibilidade para pensar estrategicamente suas decisões e atender caso a caso com a devida atenção e centralidade. Fora, vale mencionar, o salto nos riscos de erros e inconsistências no fluxo de informações.
Organizando a casa com a RPA
Como vimos anteriormente, o advogado tem muito a perder com uma gestão jurídica fragilizada. Felizmente, a tecnologia tem acompanhado essa demanda nos últimos anos, ofertando soluções dedicadas a automatizar atividades e facilitar, de maneira significativa, a atuação dos profissionais. Com a RPA (Robotic Process Automation, ou Automação Robótica de Processos, em tradução direta), deu-se origem ao conceito de automação jurídica, em que robôs inteligentes são programados para atender objetivos distintos no dia a dia jurídico, simplificando e otimizando processos.
Ao contrário do que se pode imaginar à primeira vista, o uso da RPA em escritórios e departamentos jurídicos não chega para substituir ou ofuscar o protagonismo das pessoas nesses cenários. Pelo contrário, seu propósito é retirar essa sobrecarga dos ombros humanos e delegá-la para robôs de última geração, e isso implica na introdução da tecnologia em doses pontuais e específicas, designadas para reformular a rotina jurídica.
Tecnologia respalda atuação jurídica
A aplicabilidade da inovação no meio jurídico é extensa e abarca o fluxo de informações em sua totalidade. Com a RPA, é possível localizar intimações em portais eletrônicos dos Tribunais do país, com um monitoramento acessível e de fácil visualização. Protocolos e outros arquivos também podem ser armazenados em plataformas intuitivas e amigáveis, sem que o profissional tenha de se deslocar e vasculhar uma imensidão de informações. Os ganhos vão desde a performance do advogado – devido à tranquilidade e à disponibilidade para exercer sua função e se comunicar com os clientes – à produtividade do escritório, que deixará aquele emaranhado de dados para trás, agora, com muito mais eficiência e assertividade.
É fundamental, abrindo pequenos parênteses, que a tecnologia seja recebida sob encomenda, de forma personalizada e condizente às necessidades do escritório. Essa flexibilidade faz total diferença para que tarefas repetitivas sejam clinicamente afetadas pela automação, de modo a atender às expectativas dos advogados.
Tempo é dinheiro. Na verdade, tempo é recurso, enquanto um ativo valioso para a construção de vínculos com clientes e a entrega de resultados agregadores, bem como, claro, a valorização do profissional de Direito e sua expertise. A RPA vai ao encontro dessa mentalidade, devolvendo autonomia ao advogado e ressignificando sua participação para o crescimento e a consolidação do escritório. Sem dúvidas, respondendo à pergunta que intitula o artigo, a tecnologia é a melhor resposta para quem deseja ter mais tempo frente à realidade caótica de escritórios de advocacia. Seus benefícios são numerosos, justificam uma atenção especial e apontam para uma realidade de sinergia entre profissionais e robôs, dentro de um ritmo produtivo que potencialize o conhecimento dos advogados, e não o comprometa.
*Rafael Caillet é CEO da Oystr. Com Bacharel em Administração e MBA em Sistemas de Informação, o executivo possui atuação no setor de automação de processos para a área jurídica desde 2001.
Sobre a Oystr
Operando desde 2014, a Oystr é uma startup que desenvolve robôs inteligentes para a integração de escritórios de advocacia e departamentos jurídicos. Com o objetivo de otimizar o dia a dia dos profissionais do Direito, os robôs da empresa atuam tanto como um Software de Gestão, Sistema de terceiros e em Tribunais, realizando cadastros e coletando informações. Com uma plataforma no modelo SaaS, a Oystr conta com mais de 700 robôs desenvolvidos, de acordo com as necessidades de cada cliente. Saiba mais em: https://www.oystr.com.br/