No panorama da indústria farmacêutica, a representatividade feminina tem sido cada vez mais presente, não somente no total de colaboradores, mas também nas esferas de liderança. Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) apontam que a contratação de mulheres e a participação feminina em cargos de diretoria na indústria farmacêutica saltou de 13% em 2006 para 39% em 2021, destacando o reflexo do caminho de mudança cultural em construção no setor e a efetividade das políticas de inclusão e diversidade que vêm sendo implementadas.
Sônia Silveira Braga, vice-presidente da Cifarma, personifica o avanço das mulheres no setor. Para ela, o crescimento nas contratações femininas na indústria farmacêutica superando o aumento geral de empregos na indústria, de acordo com os dados da RAIS, não apenas evidencia o progresso em direção à igualdade de gênero, mas também reitera seu compromisso pessoal em capacitar futuras líderes femininas para enfrentar desafios e impactar positivamente o setor.
“No mês de março geralmente refletimos sobre o papel da mulher e as conquistas no mercado de trabalho. Fico muito feliz por hoje estar à frente da Cifarma, que é uma indústria preocupada com a diversidade e inclusão, consolidando-a como uma referência no setor farmacêutico em termos de equidade de gênero. Hoje, temos 49% da nossa força de trabalho composta por mulheres, das quais 69% ocupam posições de liderança. É uma grande conquista para todas nós”, enfatiza Sônia.
Necessidade de mudança
Enquanto a indústria farmacêutica segue com avanços significativos, em contrapartida a esse progresso, uma pesquisa divulgada em 2023 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em colaboração com o Instituto FSB, revelou que apenas 29% das posições de liderança nas indústrias brasileiras são ocupadas por mulheres, sendo que 14% das empresas possuem departamentos dedicados à promoção da igualdade de gênero, e meros 5% têm orçamento específico para esses esforços. Os dados sublinham a necessidade de mudança, considerando que os homens ainda dominam 71% dos cargos decisórios e representam 70% da força de trabalho total.
Frente a essa realidade, a Cifarma destaca o impacto da igualdade de gênero na indústria farmacêutica, evidenciando seu pioneirismo em relação a outras áreas. Por meio de discussões, como o ‘Papo de Mulher’, que reúne diversas colaboradoras do setor para falar do compromisso em promover um ambiente de trabalho inclusivo e diversificado. De acordo com Sônia, essas iniciativas refletem o comprometimento da organização em fomentar uma cultura empresarial mais igualitária. “Em meio às disparidades de gênero ainda presentes no cenário corporativo brasileiro, é crucial que mais empresas sigam esse exemplo, impulsionando uma transformação cultural”, elucida.
Presença feminina
A responsável técnica, Michele Caldeira, fala sobre sua promoção a uma posição de liderança técnica. Presente na empresa há mais de 15 anos, ela diz que a nova função surgiu diante de um reconhecimento de sua competência e um incentivo para que outras mulheres demonstrem seu potencial.
A engenheira civil, Maria Tereza Amorim, que lidera uma equipe masculina, compartilha sua abordagem de liderança baseada em carinho e atenção. Ela destaca a diferença que a liderança feminina pode fazer em um ambiente de trabalho, especialmente em campos como a engenharia civil, onde a presença feminina é menos comum.