Um relatório do Observatório Itaú Cultural divulgado em 2023 mediu a contribuição da cultura na economia brasileira e constatou que a área teve um crescimento no país maior do que o PIB entre 2012 e 2020. No período estudado, que deixa de fora os anos atípicos e mais graves da pandemia de COVID-19, o setor teve crescimento em números absolutos de 78%, enquanto o PIB aumentou 55%. Somente no ano de 2022, também alvo da pesquisa, a economia criativa gerou 7,4 milhões de empregos formais e informais no quarto trimestre do ano.
A Mostra de Cinema de Tiradentes, que inicia no dia 19 de janeiro de 2024 sua 27a edição, é ilustrativa do impacto da economia criativa na movimentação econômica do setor cultural, em especial relacionado ao audiovisual. Só no evento deste ano, são mais de 2.500 empregos gerados, diretos e indiretos; mais de 250 empresas mineiras contratadas, mais de 180 pessoas atuando na execução do evento, que é o maior e mais longo dedicado exclusivamente ao cinema brasileiro no país. Em valores monetários, são aproximadamente R$ 10 milhões em recursos injetados na economia local, beneficiando 35 mil pessoas na realização presencial. Ao mesmo tempo, a Mostra mobiliza um enorme contingente, com 250 mil acessos na plataforma on line oriundos de 90 países, alcance de 2,5 milhões de pessoas nas redes sociais e 300 veículos de imprensa que realizam a cobertura jornalística.
Os números positivos, que atestam a importância econômica da atividade cultural no Brasil, atraem investidores interessados em se vincularem a um evento do porte da Mostra de Tiradentes, tão dedicada ao audiovisual brasileiro e à cultura local. É o caso, em 2024, da Arcor do Brasil, dona da marca Aymoré. “A Mostra de Cinema de Tiradentes é um patrimônio cultural de Minas Gerais, assim como a Aymoré, que há 100 anos constrói memórias e celebra a tradição mineira”, diz Anderson Freire, diretor de Marketing, Pesquisa e Desenvolvimento da Arcor do Brasil. “Minas é um estado rico em arte e que respira história, por isso patrocinar a Mostra é uma forma de retribuir o carinho e confiança dos mineiros pela nossa marca. Assim fortalecemos o nosso propósito de desenvolver um futuro melhor para todos, com acesso à cultura de forma democrática e inclusiva”.
O audiovisual tem papel essencial no impacto da economia criativa no Brasil. Segundo pesquisa da Motion Picture Association (MPA) realizada no país em 2019 (ano escolhido por ser anterior à pandemia), o setor gerou R$ 24,5 bilhões no PIB interno e mais de 126 mil empregos. Em relação a impactos diretos, indiretos e induzidos do audiovisual, somaram-se R$ 55,8 bilhões no PIB, com 657 mil empregos gerados e R$ 3,4 bilhões em impostos arrecadados para o Estado, que sobem para mais de R$ 7 bilhões se forem somados impactos indiretos e induzidos.
E não vai parar: a mais recente PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada em setembro de 2023, indica a estimativa de 8,4 milhões de trabalhadores na economia criativa até 2030, com um a cada quatro novos empregos criados nos próximos anos sendo em setores e ocupações da área.
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