Minas Gerais tem conquistado posição de liderança no cenário turístico brasileiro. Segundo o IBGE, o estado obteve o maior volume de atividades turísticas nos últimos 12 meses. Ao todo, Minas Gerais movimentou cerca de R$ 34 bilhões no estado em 2023 e atraiu 31 milhões de turistas.
De acordo com a Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG), a realização de campanhas de promoção turística durante as datas comemorativas e os feriados prologados contribuíram para alta no setor. O economista e analista do Banco Central do Brasil, Fernando de Aquino, projeta que em 2024, mesmo com a diminuição dos feriados prologados, o setor deve continuar em crescimento. A boa perspectiva é motivada por dois fatores.
“O mercado de trabalho está bastante aquecido, tanto em volume de ocupação quanto em poder de compra dos ocupados. Então, isso permite que haja um maior fluxo de turismo dos residentes. Um segundo fator é a questão do preço do dólar. Ele caiu um pouco ultimamente, mas continua sendo um preço alto. Então, esse preço do dólar alto dificulta que o residente no Brasil vai fazer turismo no exterior. Então ele troca roteiros no exterior por roteiros internos. E ao mesmo tempo, incentiva que não residentes, os estrangeiros venham mais para fazer turismo no Brasil em função do preço do real. Está barato para eles”, explica.
A atividade turística em Minas Gerais também criou cerca de 50 mil empregos na economia criativa. O número corresponde a 26% de todos os 187.866 postos de trabalho gerados até novembro, conforme dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O segmento é o principal gerador empregos no estado. O economista ainda destaca que o setor se mostra essencial para a geração de empregos.
“O setor de turismo é um grande gerador de emprego. Gera um volume de emprego muito alto: restaurantes, bares, hotéis, serviços de entretenimento, produção e venda de artesanato, de souvenirs. E isso é muito importante para várias localidades do Brasil que tem um estoque, um contingente de subempregados ou desempregados. Para que essas pessoas tenham oportunidade. Então é importantíssimo se incentivar o setor de turismo”, diz.
Na avaliação de Aquino, o Brasil pode incentivar o setor ao investir mais em infraestrutura.
“A gente pode incentivar mais essa atividade turística no Brasil através de investimentos em infraestrutura urbanística. Em conservar e recuperar equipamentos turísticos. Então, existe um potencial muito grande em muitas localidades do Brasil, que são muito carentes desses investimentos. Agora, a questão financiamento. Muitas vezes o setor público tem restrição, dificuldade de financiamento. Teria que ser o caso de tentar parcerias com o setor privado, como por exemplo, o setor hoteleiro. Então isso pode ser viável em várias localidades. Para que o aquele local fique mais atrativo para as atividades turísticas”, ressalta.
Conexões Aéreas
O aumento do fluxo turístico também impactou a movimentação nos aeroportos mineiros. Segundo a Secult-MG, foram lançadas 17 novas conexões em MG, representando alta de 20% na conectividade aérea. O número de voos internacionais quadruplicou, saltando de dois em janeiro para oito em dezembro.
O Aeroporto de Confins, em BH, pelo qual circularam 10,4 milhões de passageiros em 2023, fechou o ano com rotas diretas para Portugal, Panamá, Colômbia, Caribe, EUA, Chile e Argentina.