As obras de construção das bacias de contenção de enchentes na região metropolitana de Belo Horizonte estão em estágio avançado e devem trazer benefícios para cerca de 46 mil habitantes assim que forem finalizadas. O objetivo é reduzir os alagamentos nos córregos Ferrugem e Riacho das Pedras, que são afluentes do Ribeirão Arrudas.
O secretário de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias de Minas Gerais, Pedro Bruno, informa que os alagamentos ocorrem devido ao transbordamento dos córregos. “As obras das bacias de contenção da Região Metropolitana de Belo Horizonte vão contribuir para resolver parte de um problema histórico que assola milhares de mineiros todos os anos na época do período chuvoso, que são as enchentes e inundações”, informa.
Hoje, cinco bacias de contenção estão em fase de construção. Três delas no córrego Ferrugem e duas no Riacho das Pedras. Em Belo Horizonte, as obras da Bacia B5, na Vila Esporte Clube estão adiantadas, mas para uma resposta eficaz contra as enchentes, é necessário que todas elas estejam em funcionamento, o que está previsto para o segundo semestre de 2024. A B5 terá capacidade volumétrica para 274.245 m³ e ocupará uma área de 41.776 m², próxima à avenida Amazonas e à linha férrea. O percentual de obra executada é de cerca de 50%.
No município de Contagem, estão em andamento a construção de duas novas bacias no Rio Ferrugem. Uma delas, chamada Bacia B3, está localizada na Vila PTO, abrangendo uma área de 16.850 m² e com capacidade para armazenar 102.960 m³ de água. A outra, conhecida como Bacia B4, está situada na Vila Itaú e possui uma área de 61.276 m², com capacidade para armazenar 377.950 m³ de água. Ambas estão próximas ao Shopping Itaú. A expectativa é que essas duas estruturas também estejam prontas e em operação no próximo ano.
As informações das áreas e capacidade volumétrica são da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra).
Geny Jandre, moradora de Contagem, relembra que a água que transbordava e invadia sua casa frequentemente. “Quanto tempo fechava o meu coração fechava junto, porque não tinha outra solução. A gente sabia que ela [água] ia vir e invadir, que a gente ia perder muitas coisas, ia passar por aquilo sim, como passamos muitas e muitas noites, e isso é apavorante”, afirma.
Quem também passou por isso, no mesmo município, foi Marisa Elias. Como é deficiente visual, ela sabia que a água estava transbordando devido ao barulho da chuva. “O som era tão forte, tão presente, que eu não sabia se estava sonhando ou se era realidade”, relembra.
Leia mais:
Vale assina acordo de R$ 527 milhões em Barão de Cocais