A inadimplência em condomínios tem sido um desafio crescente no Brasil, refletindo um panorama complicado para a economia doméstica e a gestão condominial. Em 2023, cerca de 24,04% dos condomínios apresentaram casos de inadimplência, um aumento significativo se comparado a 2020, quando esse índice era de 14%.
A situação, contudo, pode estar prestes a mudar. Projeções otimistas indicam uma possível redução na inadimplência para o ano de 2024, graças a mudanças no cenário financeiro e à adoção de estratégias inovadoras pelas administradoras de condomínios.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), a expectativa de crescimento da carteira de crédito total para 2024 é de 8,5%, um aumento em relação a 2023, que registrou 6,9%. A redução nas taxas de juros pode facilitar o acesso ao crédito, permitindo que devedores assumam suas dívidas, impactando positivamente a taxa de inadimplência em condomínios.
Em entrevista, Gustavo Ferreira, CEO da Fesan, administradora de condomínios em São Paulo, destacou a importância de uma gestão eficiente e proativa: “Para enfrentar a inadimplência, recomendamos uma gestão rigorosa do fluxo de caixa, monitoramento e previsão de inadimplência, e a conformidade legal, incluindo a contratação de seguros. Essas estratégias podem ajudar a minimizar os riscos financeiros e garantir a sustentabilidade do condomínio.”
Outros fatores contribuem para o cenário de inadimplência. A emissão de taxas de condomínios extras, por exemplo, teve um aumento significativo após a pandemia, o que colaborou para elevar os índices de inadimplência.
Além disso, a deterioração da situação financeira das famílias, especialmente aquelas com cotas de até R$ 500, é um dos principais motores da inadimplência.
Iniciativas inovadoras, como o pagamento de taxas condominiais via cartão de crédito, têm se mostrado eficazes no combate à inadimplência. Em 2022, mais de 10 mil cotas foram pagas dessa maneira, demonstrando a relevância de oferecer alternativas flexíveis para os condôminos.
O cenário macroeconômico e as altas taxas de juros também desempenharam um papel crucial no aumento da inadimplência. Muitas famílias enfrentaram endividamento durante a pandemia, o que, combinado à falta de preparo dos condomínios para lidar com essas situações, exacerbou o problema.
Especialistas apontam para a necessidade de síndicos e administradoras de condomínios adotarem estratégias inovadoras e tecnológicas, como o aluguel de espaços comuns e mercados autônomos, para otimizar custos e gerar receitas alternativas.
Em suma, a inadimplência em condomínios é um reflexo de problemas econômicos mais amplos, mas soluções inovadoras e uma gestão eficiente podem ajudar a mitigar esse desafio. Administradoras de condomínios, como a Fesan, estão na linha de frente, buscando constantemente estratégias para garantir a sustentabilidade financeira dos empreendimentos que administram.