A Kinross deu mais um passo rumo à Indústria 4.0 ao colocar parte da frota de perfuratrizes Pit Viper 271, que operam na Mina Morro do Ouro, em funcionamento 100% autônomo. As perfuratrizes têm como função executar os furos onde são colocados os explosivos necessários para o desmonte de rocha. A Kinross é uma das pioneiras no Brasil em utilizar a tecnologia de autonomia total dos equipamentos, que chegou para atender à necessidade de aumento de produtividade da mina, já que a mineradora deu um salto significativo de incremento de material processado.
Denominado Full Autonomous, o projeto começou a ser implementado em 2021 em conjunto com a fabricante das perfuratrizes Pit Viper 271 e desenvolvedora do sistema que torna as perfuratrizes independentes para o trabalho. A primeira etapa consistiu na implantação da infraestrutura de rede sem fio na mina, necessária para a comunicação dos servidores com as máquinas. As especificações foram definidas pela fabricante e a execução da rede ficou a cargo da equipe de Tecnologia Operacional da Mina da Kinross. “Importante ressaltar que além da pesquisa mineral, a Kinross investe em tecnologias inovadoras e modernas de extração, eficiência operacional e ambiental”, afirmou o vice-presidente de Operação da Kinross, Rodrigo Gomides. “Este projeto realizado em parceria com a Epiroc, é mais um exemplo da forma de atuar da Kinross, sempre em prol de uma mineração cada vez mais eficiente, sustentável, segura, inclusiva e responsável”.
Como toda nova tecnologia, antes de tornar a operação totalmente autônoma a Kinross realizou testes com duas máquinas, que passaram por modernização de sistema em abril e maio de 2022 para serem operadas remotamente por um profissional, a partir de uma sala de controle instalada na mina, com o uso de câmeras. Após o teste no sistema, a próxima etapa foi a atualização do sistema para o modo livre de operador.
No total, serão seis perfuratrizes operando totalmente autônomas. O sistema foi implantado primeiro nas três perfuratrizes mais novas, adquiridas em 2021 e 2022 e que já estão operando na mina Morro do Ouro. As demais, adquiridas em 2018 e 2020, serão atualizadas nos próximos meses.
Para funcionarem de maneira independente, os técnicos enviam para as máquinas os dados e parâmetros para a execução do trabalho, como a posição e a profundidade de perfuração de cada furo, controle de vibração, entre outros. A partir daí, a máquina analisa a melhor sequência, considerando a produtividade e outros fatores da região a ser trabalhada e já segue para a execução.
A Kinross vai aumentar a produção de 70 para 120 milhões de toneladas movimentadas na mina anualmente, e decidiu ser necessário investir no aumento de desmonte de rocha. Com isso, os técnicos da Kinross pesquisaram no mercado tecnologias que poderiam ser utilizadas para acompanhar o ritmo de produção. A solução encontrada passava pelo aumento de produtividade das perfuratrizes.
Com a automação, a mineradora conseguiu eliminar os tempos de intervalos do operador, deslocamento do profissional até a máquina, troca de turno, revezamento de pessoal entre outros. O resultado é um maior número de furos no mesmo espaço de tempo, aumentando consideravelmente a produtividade, além da segurança. Além disso, a tecnologia embarcada permite que as máquinas detectem todos os outros equipamentos e pessoas nas proximidades. No caso de haver uma aproximação, a máquina alerta o pessoal de monitoramento para as providências ou até mesmo suspende a operação imediatamente, dependendo da distância. Isso significa ter, ao mesmo tempo que o aumento de produtividade, uma operação mais segura.
Outro projeto desenvolvido pela Kinross na mina Morro do Ouro, em Paracatu (MG) é o Projeto Gravity, uma expansão no processo de beneficiamento que vai aumentar a eficiência e a sustentabilidade das operações de mineração, já que o processo também gera redução no uso de reagentes químicos.
O nome Gravity faz referência ao processo de recuperação de ouro através da separação por gravidade, uma técnica eficiente que permite maior aproveitamento na extração do metal. Para isso, estão sendo instalados concentradores Knelson para recuperação de ouro gravítico na carga circulante do circuito de moagem das Plantas 1 e 2 da Kinross. A previsão é aumentar a produção em 20 mil onças de ouro por ano, o equivalente a 620 quilos, a um custo relativamente baixo.
Para alcançar esse resultado, a Kinross instalará cinco novos concentradores centrífugos e um reator de lixiviação intensiva. O investimento total é de aproximadamente US$ 33 milhões. “O Gravity é mais um projeto que reafirma o nosso compromisso de buscar alta performance e desenvolver novas tecnologias”, ressalta Gomides. O novo circuito de recuperação já está sendo implantado e funcionando em fase de teste na Planta 1 desde dezembro de 2023. A previsão é que o projeto esteja em pleno funcionamento no segundo trimestre de 2024.