Publicado em março de 2024, Contos de amor, desamor, drama e tragédia no Rio de Janeiro, por Marcella Sarubi, Editora Urutau (2024), é uma coletânea de quatorze contos que se passam entre bairros e regiões do Rio de Janeiro e dão conta de amores, desamores, dramas e tragédias da cidade e de sua gente. O livro explora sentimentos e vivências humanas por meio das personagens e leva leitora e leitor em passeio por bairros, ruas e dinâmicas do carioca e, em alguma medida, do fluminense.
Trata-se de uma literatura de flânerie pela pena de uma flâneuse (mulher que flana, desbrava as ruas não só para experienciar a cidade, mas captar matéria para a sua literatura). Por isso Contos de amor, desamor… tem, se não como protagonistas diretas mulheres, o protagonismo feminino em foco. São mulheres da urbe em seus amores e desamores, atrás da felicidade e de sonhos, porém atravessadas por dilemas e dramas da existência urbana (humana!).
Em Contos de amor, desamor…, leitora e leitor têm a chance de ora se emocionar e se divertir com as histórias (pois são da mesma matéria da vida de cada um de nós), ora se surpreender com o inesperado dos enredos, que, com pitadas de ironia e flertes com perversões humanas, podem levar não só a tragédias, mas a crimes, e tocar até mesmo o surreal.
Ainda sem data confirmada, o lançamento presencial deve acontecer em maio, no Rio de Janeiro, mas os exemplares já podem ser adquiridos no site da editora: www.editoraurutau.com.br
Trecho do Prefácio da autora
“Sempre fui apaixonada pela prática e pela escrita de flânerie e os contos deste livro foram elaborados, principalmente, a partir da minha flânerie, do meu fascínio por deambular e observar a cidade, especialmente o Rio de Janeiro, onde nasci e moro, e suas gentes — e outros grandes centros e capitais, menos, mas também.
Não há maior prazer para mim do que desbravar as ruas a pé, conhecer suas histórias e as de seus edifícios, lugares à moda ou decadentes, cujos tempos áureos já caducaram, observar pessoas a conversar, sentar-me aos cafés e bares, alcançar peculiaridades das regiões, me abismar com a gentrificação, espiar becos clandestinos… […]
Quando sigo em minha vocação de andarilha, me sinto ainda mais viva com o calor do sol, o frescor e o cheiro da chuva recém-caída, o vento na cara… Nesses meus cruzos, parece que estou fundida à matéria da cidade, imiscuída ao concreto e às formas, amalgamada aos sons e cheiros do ambiente e em sintonia com a energia anímica das ruas. Sim, porque a energia da rua é uma entidade, paira autônoma, fluida e densa, e se alimenta da vida das gentes, ao passo que nutre a elas também.
Importante ressaltar que os textos desta obra partiram também de vivências pessoais ou depreendidas de outrem, conhecidos ou não. Ficcionalizada, essa matéria bruta ganhou outras cores, fatos, elementos, mais drama, desilusão, ironia, o absurdo e surreal, ocaso e até b.o.!
Como não poderia deixar de ser em face à minha prática flâneur e à minha vivência como mulher, que exige o seu direito à cidade, à literatura, à sobrevivência e à vida, cada um dos contos deste livro se passa em algum bairro específico (às vezes mais de um) ou regiões do Rio de Janeiro. Assim como todos têm, se não como protagonista direta uma mulher, o protagonismo feminino em foco. Como eu, essas mulheres atravessam a cidade, buscando o próprio lugar na rua e na existência para a concretização de suas essências e realização de sonhos.
E mais: é preciso que se saiba que em muitos dos personagens aqui presentes há um pouco (às vezes muito) de mim. Ou em mim há um pouco de alguns dos personagens? Não sei, vivo certa fusão com eles e os uso para transgredir, para que façam coisas que eu jamais faria, das mais pudicas às mais duvidosas.
E agora basta, que este livro precisa ir a viver, misturar-se a outras histórias das ruas, a memórias afetivas compartilhadas.
Que riam, se emocionem, torçam pelas nossas personagens, chorem e encontrem algum prazer e divertimento nesta leitura!”
Posfácio
Por: Juliana Palermo
Desde que comecei a acompanhar a vida da Marcella no Instagram, eu morro de inveja do fato de ela morar no Rio. Fico vendo os chopinhos nos bares, ela perto do Theatro Municipal, pulando Carnaval com a família e os amigos, dando rolê com o filho (super estiloso!) por feiras e ruas e vielas e avenidas. Daí, outro dia, vi que, além de revisar como eu, ela estava escrevendo um livro, e a inveja bateu forte aqui de novo. Inveja boa, que existe, sim, que é o sentimento não de que o outro deixe de ter o que tem, mas de que a gente pudesse ter também.
E não é que o livro dela caiu nas minhas mãos, para eu revisar? Eu sabia que ia ser um trampo fácil, porque revisora escreve bem. Nem todas, claro; principalmente, nem todos. Mas a Marcella escreve bem. Ela te faz rir, te faz pensar, te surpreende, te emociona, com estes contos aqui, que tanto contêm banalidades, como brigar por morangos no supermercado (eu já briguei por Coca Zero, é banal, sim, perdão se o/a leitor/a é da paz), quanto apresentam cenas líricas que fazem a gente ficar pensando por dias (outro dia mesmo me peguei no banho decidindo em que romance eu iria dar rolê como Janaína e Gilmar. Ainda, os contos da Marcella nos fazem repensar o que se sabe a respeito de padrão de relacionamentos amorosos (e lá existe isso?) e talvez rever preconceitos com a Sasha (em ano de Olimpíadas, sempre rola a questão do gênero, “tá na categoria feminina mas é homem”, zzzzzzz, desculpa, dormi aqui de preguiça).
Daí o mais legal é que a inspiração para todas essas histórias veio justamente dos passeios da Marcella pelo Rio (tem até um conto com uma pegada A mulher da casa abandonada em versão carioca, amei!). Nas poucas vezes em que fui ao Rio de Janeiro, eu, paulista medrosa e com um certo preconceito, andei segurando a bolsa e morrendo de medo. Com este livro, a Marcella me levou para passear, e eu não tive medo (só das tias reaça da padaria, e talvez da filantropa do Méier). Tenho certeza de que, com os Contos de amor, desamor, drama e tragédia no Rio de Janeiro, você também quis dar rolês com ela.
Um prazer revisar a Marcella (revisora comete metonímia). Um prazer ler a Marcella. Um prazer fazer parte de alguma forma deste livro mara, escrito por uma mulher mara, sobre mulheres mara (e outras nem tanto…), que defende o direito e o prazer das mulheres de passear e de escrever e de publicar e de contar suas histórias e de levar refri na festa, se quiser. Cá está Marcella Sarubi, trazendo refri e dos melhores. Espero que você saiba saborear.
Sobre a autora:
1983, Rio de Janeiro — rj. É mãe e feminista. Jornalista, atua na profissão e em agências de comunicação desde 2003. É revisora e preparadora de livros. Já revisou mais de 300 livros de prosa, verso e dramaturgia. Aos 7 anos, pediu uma máquina de escrever. Ganhou e produziu seu primeiro jornalzinho caseiro. É na leitura e na escrita que encontra sentido para a existência. Flâneuse por vocação, do deambular pela cidade e de experiências pessoais ficcionalizadas é que saem suas histórias. Contos de amor, desamor, drama e tragédia no Rio de Janeiro é seu primeiro livro.
SERVIÇO:
Contos de amor, desamor, drama e tragédia no Rio de Janeiro, por Marcella Sarubi, Editora Urutau (2024)
Gênero: Contos.
Vendas: www.editoraurutau.com.br
Preço: R$ 58,00
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ALEX YAN DA COSTA MENDES
jornalista.tamyristorres@gmail.com