Nesta terça-feira, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, registrou a queda de 0,02% dos preços. Os dados, que foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são referentes ao mês de agosto. O levantamento também apontou a primeira deflação desde junho de 2023, que teve uma queda de 0,08% durante o período. O grupo de Alimentação e Bebidas obteve uma queda de 0,44% no último mês, sendo responsável pelo recuo de 0,09 ponto percentual (p.p.) do índice geral. Apesar do saldo positivo após mais de 13 meses, 63% dos brasileiros acham que poder de compra hoje é menor do que há um ano.
Apesar do IPCA de agosto ter sido o menor em muito tempo, os preços dos alimentos ainda provocam um grande impacto no bolso de grande parte dos brasileiros. Para a maioria da população, o IPCA vai além de uma simples taxa, principalmente quando as famílias vão ao supermercado e se veem com a necessidade de deixar produtos na boca do caixa, porque o dinheiro não vai dar para pagar. Leandro Rosadas, economista e especialista em gestão de supermercados explica que o fato do país estar passando por secas e queimadas nos últimos dias, impacta diretamente no valor de diversos alimentos, principalmente carnes, leites e derivados, e certas verduras.
Segundo a Federação da Agricultura de São Paulo (Faesp), cerca de 35 mil hectares de lavouras foram atingidos pelas queimadas registradas na cidade, as plantações de café e de cana-de-açúcar estão entre as mais afetadas pelo incêndio. Mais de 80 mil hectares em áreas de cana-de-açúcar e de rebrota de cana já foram queimados em todo o estado de São Paulo. É o que apontou a Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), que também estima o prejuízo de R$800 milhões, e, consequentemente, o aumento do preço do açúcar nas prateleiras de supermercados.
A educadora financeira Aline Soaper destaca que a única saída na compra dos alimentos é a pesquisa de preços e a substituição de produtos e marcas. “Uma boa estratégia é pesquisar itens em diferentes supermercados. Os preços podem variar muito de um mercado para o outro. Trocar produtos que aumentaram muito de preço por itens com valor menor, também é uma ótima alternativa. Além disso, dê preferência às marcas mais baratas ou que oferecem melhor custo x benefício”, a profissional recomenda.
Aline também indica planejar e definir uma lista de compras. A prática ajudará a somar os preços durante a escolha dos produtos antes de colocá-los no carrinho. A antiga calculadora, que hoje faz parte dos telefones celulares, é uma aliada nesse controle. Para a especialista em educação financeira, isso ajudará, inclusive, no momento de escolha das marcas dos produtos. Isso porque sabendo qual é o limite que poderá ser gasto, é possível dosar a quantidade e as marcas antes de chegar ao caixa de supermercado, evitando ter que abandonar certos itens porque não vai conseguir pagar por todos os que estão presentes no carrinho.
Para Leandro Rosadas, do ponto de vista dos supermercados, podem ser adotadas algumas estratégias para minimizar o cenário desmotivador. “O fato é que em tempos de preços elevados, as lojas devem se adequar ao bolso do consumidor. Os varejistas podem incluir nas prateleiras marcas mais populares, que tem preços mais convidativos do que as marcas líderes no mercado. Também podem fazer o cadastro de clientes e oferecer descontos ou recompensas. Além disso, sinalizar claramente o valor dos produtos, para que os clientes antes de chegar no caixa, já saibam os valores dos produtos que estão comprando, sem surpresas, e não acabem abandonando os itens no caixa”, finaliza Leandro Rosadas.
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CARLA TIEKO ONAGA
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