Há algum tempo o segmento de materiais de construção (matcon) vive oportunidades de crescimento e desenvolvimento. O estudo “Indicador de Confiança do Setor Imobiliário Residencial”, realizado pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), em parceria com a Deloitte, mostra que os indicadores de procura e venda de imóveis residenciais se aqueceram no primeiro trimestre de 2024 frente aos últimos três meses do ano passado.
Como se nota, o mercado segue aquecido e quem investe ou compra um imóvel, geralmente, precisa realizar algumas adequações. Nesse sentido, pesquisa feita pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) mostra que a projeção para 2024 é de um aumento de 4,5% no PIB do setor.
Além dos dados positivos, o pós-pandemia também foi um fator primordial para que o setor se estabelecesse como essencial, uma vez que a sociedade precisou ressignificar a moradia e seus espaços. O bom desempenho da área exerce efeito positivo em toda a economia nacional, em razão da sua extensa cadeia produtiva.
Contudo, não basta esperarmos os dados ou os momentos econômicos favoráveis. É preciso investir, constantemente, no desenvolvimento setorial. Para isso, enxergo duas frentes essenciais de atuação: ESG, com ações ancoradas no meio ambiente, mas também em ações de D&I dentro das companhias, e inovação, com ferramentas tecnológicas.
Programas de Diversidade e Inclusão
A criação de programas e iniciativas voltadas para promover a diversidade e a inclusão dentro das empresas é uma necessidade real, uma vez que o setor ainda é em sua maioria composto por homens. Dados mostram que entre os profissionais registrados no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), 80,5% são homens e apenas 19,5% mulheres. Mas os avanços já começam a aparecer, por isso é necessário promover o conhecimento e a inclusão. E 2021, o número de mulheres no setor cresceu 16%, o equivalente a 500 mil profissionais, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.
O caminho é longo e precisa de investimento, letramento e acompanhamento constante para tornar o ambiente cada vez mais equalitário, pesquisa nacional do Portal AECweb e Sienge Comunidade, divulgada em 2024, revela que o preconceito ainda limita a atuação de mulheres na construção civil, das entrevistadas 67% afirmam que é mais difícil para mulheres conseguirem posição de destaque no setor.
Apostando em frentes de inclusão, contratações e no letramento o setor se torna mais diverso e potencializa a capacidade de reter e desenvolver talentos mais alinhados com a necessidade do mercado.
No que se refere à questão ambiental, é preciso uma atenção contínua aos temas que compõe as agendas ambientais, sociais e de governança (ESG) para impactar positivamente o meio ambiente e a sociedade, garantindo conformidade e segurança.
Desafios do Setor e Importância da Tecnologia
O setor precisa de ações constantes que fomentem e tragam inovação para, dessa forma, conquistar ganhos cada vez mais expressivos em busca de minimizar a morosidade em alguns processos.
Pensando nisso, uma ferramenta importante que as empresas podem adotar é o programa de fidelidade, uma vez que utilizando dados dos consumidores é possível melhorar a experiência de compra, utilizando dados de maneira estratégica e em busca de resultados. Isso torna evidente a relevância da tecnologia para a gestão da empresa, que se posicionam cada vez mais como inovadora e comprometida com o desenvolvimento e a modernização do varejo da construção civil.
Contudo, vale lembrar que, para manter o mercado aquecido e garantir a estabilidade para os empreendedores, é fundamental buscar informações, focar no processo, planejar e antever tendências, além de trabalhar arduamente no desenvolvimento coletivo.
* Filiphe Curvello é Head de People e Legal da Juntos Somos Mais, empresa de tecnologia que mantém um marketplace B2B que conecta pequenos e médios varejistas do setor de materiais de construção com players da indústria da construção civil
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DEUSARINA ALVES SANTANA
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