Dezembro chegou e trouxe consigo revelações preocupantes sobre o cenário econômico que os brasileiros podem enfrentar em 2024, especialmente no que diz respeito ao aumento dos preços dos alimentos.
Duas fontes distintas, a primeira proveniente de uma matéria do G1, que contou com insights valiosos de um pesquisador da FGV, e a segunda de uma reportagem da Gazeta do Povo, fundamentada em dados do IBGE, lançaram luz sobre as projeções nada animadoras para o próximo ano.
As análises indicam um panorama desafiador, deixando a população atenta às possíveis mudanças nas despesas cotidianas.
Entretanto, em meio a esse contexto, dezembro surge com uma perspectiva peculiar. O Correio do Povo, em uma análise inovadora, destaca que os alimentos orgânicos podem estar prestes a vivenciar uma ascensão no próximo ano.
Essa reviravolta na narrativa alimentar apresenta uma dinâmica diferente no universo dos alimentos, levantando questões sobre como essa tendência pode se manifestar e influenciar o mercado.
Em um cenário de crescente preocupação com a inflação, a possibilidade de um aumento nos custos dos alimentos orgânicos traz novas nuances à complexa equação econômica que se desenha para o futuro próximo.
Quais alimentos estão mais caros?
No decorrer do primeiro semestre de 2023, abril destacou-se como o mês com a maior inflação nos alimentos, registrando uma variação mensal de 0,71% no grupo de alimentos e bebidas, enquanto junho apresentou a menor variação, atingindo -0,66%.
A economista Rica Mello, em entrevista ao Estadão, atribui essas oscilações a uma combinação de fatores, incluindo as condições climáticas, a alta do dólar até abril, impactando a cadeia alimentar, e os eventos relacionados à Guerra da Ucrânia e Rússia.
Rica Mello destaca que, até abril, o clima desfavorável e o dólar elevado influenciaram os preços internacionais. A partir de maio, a pressão nos preços internacionais começou a diminuir, e os fornecedores globais de alimentos se adaptaram gradualmente à situação decorrente da Guerra da Ucrânia e Rússia.
Este cenário, segundo Mello, levou a uma redução nos preços dos fertilizantes, insumos e combustíveis, resultando em uma queda nos custos dos alimentos em todo o mundo.
No período pós-abril, André Yano, sócio da WIT Invest, aponta que a baixa oferta e a alta demanda são responsáveis pelas altas nos preços dos alimentos.
Alimentos mais difíceis de serem produzidos em larga escala, especialmente em condições climáticas adversas, como couve e brócolis, foram impactados, por exemplo, por geadas.
Os 10 alimentos que mais subiram o preço em 2023
Morango
No primeiro semestre de 2023, o morango liderou o ranking de alimentos com a maior variação de preço, registrando um expressivo aumento de 79,62%. Diversos fatores, como condições climáticas desfavoráveis e questões relacionadas à produção, contribuíram para essa significativa elevação nos custos, impactando diretamente o bolso dos consumidores.
Cenoura
A cenoura não ficou atrás, apresentando uma variação de preço marcante de 64,19% durante os primeiros seis meses de 2023. Essa substancial elevação nos custos pode ser atribuída a uma série de fatores, desde condições climáticas adversas até desafios específicos enfrentados pelos produtores desse vegetal.
Abobrinha
Com um aumento de 42,2% nos preços, a abobrinha figura entre os alimentos que mais tiveram variação no primeiro semestre de 2023. Questões relacionadas à produção, logística e demanda contribuíram para esse cenário, impactando o mercado e refletindo nos valores ao consumidor.
Manga
A manga também experimentou uma considerável variação de 41,23% nos preços durante o primeiro semestre de 2023. Fatores como condições climáticas e logísticas podem ter influenciado esse aumento, evidenciando a sensibilidade desse produto a diversos elementos do cenário agrícola.
Pepino
Com uma variação de 28,4%, o pepino integra a lista dos alimentos que apresentaram aumentos significativos nos preços nos primeiros seis meses de 2023. Questões sazonais e desafios específicos enfrentados pelos produtores podem ter contribuído para essa oscilação no mercado.
Açaí (emulsão)
A emulsão de açaí registrou uma variação de 27,77% nos preços durante o primeiro semestre de 2023. Fatores como a sazonalidade desse produto e demanda crescente podem ter exercido pressão sobre os custos, resultando nessa expressiva variação.
Melão
Com um aumento de 24,53%, o melão não escapou das oscilações de preços no primeiro semestre de 2023. Condições climáticas e desafios logísticos são aspectos que podem ter desempenhado um papel na variação significativa observada nesse período.
Repolho
O repolho registrou uma variação de 24,15% nos preços nos primeiros seis meses de 2023. Questões relacionadas à produção e à oferta desse vegetal podem ter contribuído para essa oscilação no mercado, impactando diretamente os consumidores.
Couve
A couve apresentou uma variação de 22,13% nos preços no primeiro semestre de 2023. Fatores como sazonalidade, condições climáticas e desafios na cadeia de produção podem ter sido determinantes para essa oscilação registrada no mercado.
Brócolis
Os brócolis encerram a lista dos alimentos com maior variação nos preços no primeiro semestre de 2023, com um aumento de 21,81%. Desafios específicos na produção e na oferta podem ter contribuído para essa oscilação, impactando o acesso dos consumidores a esse vegetal.
Outros alimentos que também subiram de preço em 2023
Além desses, vários alimentos comumente encontrados nos supermercados e presentes rotineiramente na mesa das famílias brasileiras também experimentaram um aumento significativo nos preços. O ovo, por exemplo, registrou uma elevação de 16% ao longo do ano de 2023.
Esse incremento nos preços é primordialmente atribuído aos expressivos custos de produção dos últimos meses, os quais desencorajaram os avicultores a expandirem sua produção, resultando em uma oferta reduzida no mercado brasileiro.
Esse cenário reflete não apenas a dinâmica do mercado, mas também as complexas interações entre fatores econômicos que influenciam diretamente a disponibilidade e, consequentemente, os preços dos alimentos.
Outro item que gerou incertezas entre os consumidores brasileiros quanto ao aumento de preço foi o chocolate, cujo valor experimentou uma ascensão considerável devido ao aumento do preço do cacau ao longo de 2023.
Há perspectivas de que o chocolate possa se tornar ainda mais caro em breve, após registrar um aumento acumulado de 13,61% em 2022, superando mais que o dobro da inflação média do país medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que alcançou 5,77% no mesmo período.
A principal razão para esse cenário é o expressivo aumento no preço do cacau nos últimos meses, atingindo a marca de US$ 3.874 por tonelada em setembro, representando o valor mais elevado em 50 anos.
Esse movimento reflete a volatilidade no mercado global de commodities e seus impactos diretos nos custos de produção do chocolate.
Diante das oscilações nos preços de alimentos como o chocolate, motivadas por fatores como o aumento do preço do cacau, surge a necessidade de compreender as dinâmicas do mercado alimentício.
Uma abordagem que tem ganhado destaque, especialmente entre consumidores preocupados com a qualidade e origem dos produtos, é o mercado de alimentos orgânicos.
Diante desse contexto, surge a indagação: Como está o mercado de alimentos orgânicos hoje?
Explorar essa temática é essencial para compreendermos as tendências e desafios que envolvem a produção e comercialização de alimentos cultivados de maneira sustentável e livre de agrotóxicos.
Como está o mercado de alimentos orgânicos hoje?
Em informações reveladas pelo Globo Rural em fevereiro de 2023, estimava-se naquele momento que o mercado brasileiro de alimentos orgânicos alcançaria a notável cifra de R$ 7 bilhões no decorrer deste ano.
Esse montante expressivo reflete o crescente interesse dos consumidores por produtos orgânicos, fomentando a expansão vigorosa desse segmento no contexto nacional.
Atualmente, o mercado de alimentos orgânicos no Brasil experimenta um crescimento acelerado. Em 2023, o consumo desses produtos no país registrou um aumento de 16%, representando um acréscimo de 46% na parcela da população brasileira que opta por esses produtos.
Diversos fatores impulsionam esse crescimento, incluindo a crescente conscientização sobre os benefícios dos alimentos orgânicos para a saúde, o meio ambiente e a economia.
Ao serem livres de agrotóxicos, fertilizantes químicos e outros produtos artificiais, os alimentos orgânicos oferecem uma opção mais saudável e segura para o consumo. Além disso, a produção orgânica contribui para a sustentabilidade, preservando os recursos naturais e reduzindo o impacto ambiental.
Embora o mercado de alimentos orgânicos no Brasil seja atualmente relativamente pequeno, ele apresenta um considerável potencial de crescimento.
A nação possui uma população numerosa e em expansão, com uma parcela cada vez maior de consumidores preocupados com questões de saúde, meio ambiente e economia, indicando um horizonte promissor para o setor.
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