Industrialização e sustentabilidade podem andar juntas e na mesma direção. Pelo menos é o exemplo que Minas Gerais vem dando ao mundo. A indústria mineira gera, por ano, R$ 166 bilhões, o que equivale a 11,2% da indústria de todo o Brasil. O destaque é o setor de mineração, que representa 17,2% de toda a atividade do estado.
Para desmistificar a ideia de que a mineração destrói o meio ambiente, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, apresentou um estudo que analisou 500 mil hectares onde são desenvolvidas atividades de mineração. Segundo a entidade, os resultados mostram que, nos municípios onde há extração mineral, 53% da mata nativa está preservada.
Roscoe avalia que os dados provam que a mineração não está relacionada à devastação ambiental. Só nas áreas de mineração temos 54 milhões de toneladas de CO2 estocadas nas áreas preservadas. Esse estoque é equivalente a dois anos e meio da emissão de gases CO2 de toda a indústria mineira.”
INVESTIMENTO E PESQUISA
Para ajudar as empresas a cumprir compromissos globais de baixa emissão de gases de efeito estufa, a FIEMG lançou o primeiro Centro de Tecnologia e Descarbonização da América Latina (CIT/Senai). A iniciativa tem apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que incentiva a descarbonização do setor por meio de estratégia focada em 4 pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal.
A construção do centro contou com investimento de R$ 34 milhões, além de mais R$ 175 milhões em projetos. O CIT/Senai vai atuar em quatro eixos: biocombustíveis e combustíveis sustentáveis; implementação de tecnologias de hidrogênio; captura e utilização de CO2 e inovação na produção de aço.
“O que nós queremos é, em conjunto com as indústrias, desenvolver as tecnologias aplicadas aos setores industriais de Minas Gerais que sejam disruptivas e permitam com que as empresas atinjam a meta até 2050″, enfatiza o presidente da FIEMG.