Atenção ao cuidado do bebê prematuro
Este mês, a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) promove a campanha Março Lilás – Atenção ao cuidado do bebê prematuro (todo recém-nascido que nasce antes de completar 37 semanas de gestação), com o objetivo de informar e capacitar equipes médicas sobre os cuidados e desafios relacionados à prematuridade não só durante a internação, mas também após a alta hospitalar. Organizado pelo Departamento de Neonatologia da SPSP, a campanha também visa levar informações às famílias sobre os principais cuidados com estes “pequenos” pacientes.
Segundo Claudio Barsanti, coordenador das Campanhas da SPSP, um dos motivos pelos quais esse tema foi escolhido é devido ao aumento no número de casos de prematuros no Brasil e em São Paulo. “Além do índice elevado de prematuridade, também observamos um número crescente de prematuros com idades gestacionais mais baixas. Dessa forma, é fundamental que haja uma atenção muito bem-feita no acompanhamento dessa criança”, afirma, enfatizando que, felizmente, a atenção neonatal se desenvolveu muito nas últimas décadas e, atualmente, o cuidado ao bebê prematuro, mesmo aqueles com menos idade e peso, tem obtido muito mais sucesso.
Conforme explica Celso Moura Rebello, presidente do Departamento de Neonatologia da SPSP e coordenador da Campanha Março Lilás, o Brasil ocupa o 10º lugar entre os países com maior número de nascimentos prematuros do planeta, lista que é encabeçada pela Índia e pela China. “Além disso, a prematuridade continua sendo um importante problema de saúde nas nossas crianças, sendo uma das principais causas de mortalidade infantil no país, ao lado das malformações congênitas e das doenças infeciosas. Esta ação é, portanto, uma maneira de mostrar apoio a essas famílias”, declara o especialista.
Moura esclarece que a campanha também visa destacar a necessidade de melhorias na assistência médica para os bebês prematuros, que muitas vezes necessitam ser cuidados em unidades de terapia intensiva neonatal por períodos longos, de semanas ou meses, no caso dos nascidos extremamente prematuros. Para Barsanti, como existem riscos diretamente relacionados à prematuridade, é imprescindível que tenham equipes de médicos e outros profissionais de saúde devidamente capacitados para o atendimento a essa população. “Para que sejam efetuadas todas as condutas necessárias, desde tratamentos até o acompanhamento destes bebês, tanto hospitalar quanto pós-hospitalar, evitando-se quaisquer sequelas possíveis da prematuridade”, conclui o pediatra.