Enquanto os investidores estão ansiosos, monitorando os sinais do mercado, especialistas lançam luz sobre este evento crucial, que, apesar das previsões, não tem uma data exata para ocorrer. Matheus Medeiros, CEO da Futokens, oferece insights sobre como antecipar o momento do halving e como deve ficar o cenário cripto após o evento.
Entendendo fatores e projeções
O halving, um dos eventos mais significativos no universo cripto, não está vinculado a uma data específica, mas sim ao total de 210 mil blocos de Bitcoin minerados. “Minerar um bloco leva cerca de 10 minutos. Com base nessa média, podemos calcular que a mineração de 210 mil blocos ocorre ao longo de um período de quatro anos. Mas essa estimativa pode variar de acordo com alguns fatores, como a quantidade de transações na rede”, explica o CEO.
Outro fator é o sentimento do mercado. Em períodos de otimismo, mais investidores direcionam seus recursos para o Bitcoin, aumentando a taxa de mineração. Por outro lado, em períodos de pânico, observa-se uma tendência à venda de Bitcoins, o que diminui a demanda pela criptomoeda.
Com base na análise desses e de outros fatores no cenário atual, os especialistas preveem que o halving deste ano possa ocorrer em torno do dia 20 de abril. “Isso se os padrões atuais de mineração permanecerem estáveis. Como não é possível saber 100%, o indicado é ficar de olho nas notícias para não perder o início do halving”, destaca Medeiros.
Altcoin season pós-halving e o que esperar do cenário cripto
Os últimos halvings do Bitcoin, ocorridos em 2016 e 2020, fornecem dados sobre o comportamento do mercado após esses eventos. Matheus destaca que, historicamente, dois anos após o início do halving, ocorre uma queda no valor do Bitcoin. Esse padrão pode ser atribuído à natureza deflacionária da criptomoeda, impulsionada pela redução da oferta de novas moedas a cada halving.
Além disso, o Bitcoin tende a perder força quando a temporada das altcoins inicia, à medida que os investidores movem seus fundos da principal moeda para outras alternativas. Durante a última altcoin season, por exemplo, a Solana (Sol) valorizou impressionantes 14.022%, subindo de 1,84 USD para 259,96 USD. “Esses números destacam o crescimento que algumas altcoins podem alcançar, o que geralmente atrai investidores em busca de retornos mais altos”, destaca Matheus.
Olhando para o futuro, espera-se que a próxima altcoin season resulte em valorizações menores do que as observadas em 2021 devido ao market cap — valor total de uma moeda digital em circulação. “Por outro lado, esperamos que as novas altcoins que estão surgindo diariamente tenham valorizações maiores. Alguns exemplos incluem projetos relacionados à inteligência artificial e DeFis, como JUP e Margin Fi”, diz Matheus.
Implicação do drawdown nos últimos halvings
O drawdown, métrica que avalia a volatilidade de investimentos, oferece outra perspectiva crucial em relação ao mercado pós-halving. Em 2016, ele atingiu 97,8%, enquanto em 2020 foi de 92,7%.
Com base nestes dados, espera-se que o drawdown deste ano atinja aproximadamente 88%, indicando uma redução de 5,4% na volatilidade em comparação com anos anteriores. “Isso porque, a cada halving, mais investidores entram no mercado cripto, fazendo com que a volatilidade diminua”, explica Matheus.
Por fim, o CEO da Futokens destaca uma diferença crucial para o halving de 2024: “Diferentemente dos anos anteriores, hoje existe uma narrativa de tentar aprimorar a escalabilidade do Bitcoin, que sempre foi um fator limitante de seu valor. Com a introdução das blockchains de segunda camada ou Layer 2, isso pode desbloquear um valor intrínseco do Bitcoin, ao mesmo tempo em que pode influenciar a altseason.”