*Artigo assinado por Luiza Dias, Diretora Presidente da GlobalSign Brasil
O clima de Halloween já está no ar e não há nada mais aterrorizante do que pensar nos diversos riscos cibernéticos aos quais estamos expostos todos os dias. Roubo de credenciais? Dá um arrepio na nuca. Sequestro de dados com extorsão? É de deixar o cabelo em pé! E se você notasse que outra pessoa está controlando remotamente o seu celular, acessando todos os seus aplicativos – principalmente o do banco? Isso é o que conhecemos como o Golpe da Mão Fantasma e eu asseguro que os prejuízos são mais graves do que uma simples travessura do Dia das Bruxas.
Esse golpe acontece quando a pessoa concede, despropositadamente, o acesso ao aparelho para uma terceira pessoa. Isso pode ocorrer por meio de um link malicioso, SMS ou até mesmo baixando um joguinho gratuito ou qualquer app de procedência duvidosa. Independente da forma como isso acontece, um vírus ou um aplicativo espião é instalado no celular e, uma vez que o cibercriminoso tem acesso a ele, é possível acessar todas as ferramentas e também as senhas armazenadas.
Imagine o quão assustador é assistir, em tempo real, uma pessoa desconhecida vasculhando as configurações do seu telefone e abrindo os aplicativos de banco com um único intuito: limpar o saldo da sua conta. Além de levar o dinheiro disponível, os hackers também podem fazer empréstimos, pagamentos ou qualquer outra transação se passando por você. Isso parece um perfeito roteiro de filme de terror… baseado em fatos reais!
Em agosto deste ano, uma vítima da cidade de Goiás chegou a ter um prejuízo de quase R$ 100 mil ao cair no golpe da mão fantasma. Também em 2024, o CyberGAECO (Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos) e a Polícia Civil investigaram três organizações criminosas suspeitas por fraudes cibernéticas em todo o Brasil. De acordo com a apuração das autoridades, os valores dos golpes (dentre eles, os da mão fantasma) somavam aproximadamente R$ 90 milhões.
Embora o golpe pareça (e seja) apavorante, existem mecanismos que podem auxiliar as pessoas a não se tornarem vítimas. Penso que o primeiro deles, e o mais importante, é a consciência de não baixar ou instalar nenhum aplicativo, software ou arquivo recebido por meio de um link suspeito. Checar o remetente das mensagens e emails é um passo indispensável no caminho da segurança digital. Outro ponto importante é evitar registrar senhas e demais informações confidenciais em blocos de notas ou apps no próprio aparelho já que, uma vez invadido, os cibercriminosos poderão vasculhar todas as ferramentas.
Algo que também pode ajudar a dificultar a ação da mão fantasma é a autenticação de dois fatores ou mais (2FA ou MFA), já que se trata de uma camada extra de proteção. E ainda, ter um antivírus instalado no celular contribui para que vírus e malwares não infectem o celular com facilidade.
Por fim, mas não menos importante, vale comentar que este golpe também pode ser aplicado por meio de ligações de falsas centrais de atendimento, solicitando códigos de verificação para confirmar dados ou alguma operação. Desconfie! Ao digitar os códigos maliciosos informados, você estará fornecendo o acesso ao seu telefone. Portanto, a desconfiança e a calma ao receber uma ligação com teor de urgência de qualquer instituição (loja, banco, etc) são primordiais. Não aja por impulso e evite que os fantasmas dos prejuízos financeiros tirem o seu sono à noite.
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ROBERTA SENA FELICIANO
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