Na última semana, entre os dias 22 e 26 de novembro, encerrou-se com grande sucesso a FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty. A cidade histórica se tornou o epicentro da literatura, atraindo escritores, leitores e amantes dos livros do Brasil e no mundo. Conhecida por sua programação diversificada, a Flip incluiu mesas de debates, palestras, lançamentos de livros, oficinas literárias, exposições e performances artísticas. Além das
atividades no palco principal, o evento proporcionou uma experiência literária única aos visitantes com a ocupação de espaços públicos da cidade, como praças e também casarões históricos, onde ocorreram atividades diversas como debates, sessões de autógrafos e saraus.
A poeta Girlene Verly acompanhou os cinco dias de festa, estando presente em sessões de autógrafos de seu livro recém-lançado “O corpo sabe que é terça, mas se distrai”, na casa Gueto, além da antologia do selo Off-Flip “Nós, textos de autoria feminina”. Em um balanço literário, Verly considerou que o evento “foi uma emoção concreta, um sonho realizado estar em Paraty. Participar de eventos meus e de colegas, trocar olhares,
livros e versos, com tantas pessoas, foi uma riqueza. Meu lançamento na Casa Gueto foi uma oportunidade de visibilidade e prestígio por estar naquela Casa com tantos que admiro.
O lançamento da antologia “Nós”, um símbolo da força, persistência e imperativo de nós, mulheres, na literatura que se desenha a partir de agora. A curadoria do evento está de parabéns pela diversidade de formas e disseminação da literatura que foi apresentada. Um enorme grito de liberdade pode ser ouvido, um grande e indescritível gueto de amor à literatura se formou”, argumenta a autora.
O Sarau “Elas na Voz e na Vez”, no espaço Leia Mais, no centro histórico da cidade, foi um dos pontos altos da festa onde a escritora pôde realizar sua performance “Poesia no Corpo” para divulgar sua obra e também encontrar novas parcerias.
A cidade de Paraty recebeu um público de 27 mil pessoas, 10% a mais do que o registrado no ano passado, de acordo com o Jornal do Brasil. Quem não conseguiu viajar até a cidade, teve a chance de acompanhar pelo celular, tanto nas redes sociais oficiais do evento, quanto nas mídias dos escritores e de jornais, que estavam acompanhando o decorrer do mesmo.
A homenageada deste ano foi a poetisa, militante feminista, jornalista e escritora Pagu, Patrícia Galvão, que é um dos principais símbolos modernistas do País. A editora Reformatório publicou os manuscritos inéditos de Pagu, durante a Flip, que pôde ser adquirido nos principais pontos da cidade.
Entre apagão e chuvas, ora torrenciais, ora mais fracas, com calor forte e às vezes mais brando, a Flip trouxe mais uma vez um evento literário de ponta, reafirmando a sua importância como um dos principais encontros literários da América Latina. Mas também alguns questionamentos sobre a questão da acessibilidade espacial e monetária, diante da superinflação dos itens de consumo básicos como hospedagem, água e alimentação.
Aguardemos a próxima edição com o sucesso alcançado e, quem sabe, com soluções mais democráticas.
Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
U | U
U