As férias acabaram, o carnaval passou e, em muitos lares, essa época marca o momento de encarar as despesas acumuladas durante as festas e enfrentar os desafios financeiros que se apresentam. Os Silva, uma típica família de classe média, viveram as festas de final de ano com alegria e otimismo, mas agora, eles enfrentam uma realidade financeira dura. O casal Marcelo e Clara vê-se preocupado com as despesas que se acumulam. O IPTU, IPVA, matrículas escolares, material escolar e as parcelas do cartão de crédito referentes às compras de Natal e Ano Novo pesam sobre seus ombros, e logo ainda virão as contas dos passeios de férias -nessa retomada hipotética, vemos as dificuldades de uma família de classe média.
A renda familiar não é suficiente para cobrir todos os gastos, e eles se veem obrigados a fazer malabarismos financeiros para seguir em frente. Mas além das preocupações com as despesas, os Silva enfrentam outro desafio: conscientizar os filhos sobre a importância do trabalho e da colaboração de todos, para manter as finanças equilibradas. Pedro e Ana, acostumados a terem suas necessidades atendidas sem questionamentos, muitas vezes não têm noção do quanto é necessário trabalhar para ganhar o sustento da família.
A história da família Silva não é única. Em todo o país, muitos lares enfrentam dificuldades semelhantes. O aumento nos preços dos produtos e serviços, aliado à falta de planejamento financeiro, torna o início do ano uma verdadeira prova de fogo para as famílias brasileiras. Muitas delas recorrem aos empréstimos bancários ou parcelamentos para conseguirem quitar suas dívidas, o que, por vezes, as colocam em uma espiral de endividamento difícil de sair.
Promoções sedutoras e aquele drink “lindo” à beira-mar nos fazem gastar, além de nossas possibilidades, criando uma armadilha financeira que se revela cruel, nos primeiros meses do ano. Diante desse contexto, é fundamental que as famílias aprendam a gerir melhor as suas finanças e a planejar seus gastos de forma consciente. Educação financeira deve ser uma prioridade, tanto nas escolas, quanto nos lares, para que as futuras gerações possam enfrentar esses desafios com mais preparo e equilíbrio. A chave está em estabelecer prioridades, ajustar o orçamento conforme o necessário e manter um controle rigoroso sobre as finanças. Ao adotarem essas medidas, as famílias podem enfrentar os desafios financeiros com maior segurança e tranquilidade, com a colaboração de todos os integrantes.
Provavelmente até dezembro você, leitor, assim como a família Silva, já terá esquecido disso, e seguimos, os brasileiros de classe média, ignorando o futuro e desfrutando do presente como for possível. E o ano passa muito rápido. Que 2025, seja bem-vindo!
*Valentina Daldegan é Doutora em Música e Educação e Coordenadora de Pós-graduação na Área de Artes e Educação na Uninter.