Do dia 1º de janeiro até 26 de novembro deste ano, o Amazonas registrou 19.428 focos de calor, sendo que 53,8% dos focos foram registrados no sul do estado e 14,46% na região metropolitana. Todos os 62 municípios amazonenses continuam em estado de emergência devido à estiagem e 599 mil pessoas foram afetadas. Os dados são do último boletim divulgado pela Defesa Civil do estado na segunda-feira (27).
André Luiz dos Santos, pesquisador em geociências no Serviço Geológico do Brasil (SGB), aponta que houve uma melhoria no quadro de seca do Amazonas, porque o período de chuva começou, apesar dos volumes abaixo da média.
“Isso trouxe como consequência o início do processo de enchente. Obviamente, devido ao último evento extremo de vazante, que a gente presenciou de uma maneira geral na Bacia Amazônica, as cotas ficaram muito abaixo daquilo que se esperava para a época. E continuam muito abaixo, mas com a tendência de subida, ou seja, um período de enchente já em curso”, explica o pesquisador.
De acordo com o Santos, no Amazonas apenas o Rio Negro não iniciou o período de enchente, que acontece entre fevereiro e abril. “A tendência é de que tenha até uma pequena subida, que é normal para região agora, em dezembro e janeiro. Mas ele torna a baixar, e entre fevereiro e abril se inicia o processo de enchente”, informa.
Nível dos rios
Os últimos dados divulgados pela Defesa Civil do Amazonas mostram que:
- Em Manaus, o nível da calha do Negro é de 14,25 metros.
- Em Beruri, o nível da calha do Purus é de 6,69 metros.
- Em Nova Olinda do Norte, o nível da calha do Madeira é de 6,86 metros.
- Em Guajará, o nível da calha do Juruá é de 4,02 metros.
- Em Parintins, o nível da calha do Baixo Amazonas é de -1,81 metros.
- Em Itacoatiara, o nível da calha do Médio Amazonas é de 1,45 metros.
- Em Careiro da Várzea, o nível da calha do Baixo Solimões é de 1,66 metros.
- Em Fonte Boa, o nível da calha do Médio Solimões é de 11,47 metros.
- Em Tabatinga, o nível da calha do Alto Solimões é de 3,77 metros.
Previsão do tempo
A previsão do tempo até este sábado (2) indica o predomínio de muitas nuvens, pancadas de chuva e possibilidade de trovoadas isoladas em todo o Amazonas.
André Luiz dos Santos aponta que é provável que as chuvas continuem com volume abaixo da média.
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