A nutrição está entre os principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento da Síndrome Metabólica Equina (SME), enfermidade semelhante à diabetes tipo 2 em seres humanos. “Essa doença funciona nos equinos da mesma maneira que nas pessoas: a insulina deixa de transportar a glicose que está na corrente sanguínea para dentro das células. Assim, acumula-se na corrente sanguínea e causa a chamada hiperglicemia, desencadeando o processo metabólico e seus efeitos negativos”, informa o médico-veterinário Mario Duarte, diretor da All Horses e consultor técnico da Agrária Nutrição Animal.
“A dieta com excesso de hidratos de carbono, principalmente milho, está entre as causas mais recorrentes da SME. O equino não consegue digerir todo o amido do milho ingerido, motivo pelo qual a presença do cereal na ração tem de ser restrita”, ressalta o especialista.
O médico-veterinário Ricardo Moraes, também diretor da All Horses e consultor técnico da Agrária, complementa que a prioridade tem de ser oferecer aos animais nutrição de alta qualidade e perfeitamente balanceada para atender às necessidades específicas de cada fase da vida. “O trinômio saúde, desempenho e segurança tem de ser levado muito a sério na hora de oferecer a melhor ração e, assim, evitar riscos da SME e outras enfermidades. Os desafios sanitários vão de problemas gastrointestinais, como as temíveis cólicas, até reprodutivos e ortopédicos, como a laminite, comprometendo não apenas a saúde mais a performance dos animais”.
Outro ponto destacado por Duarte e Moraes está ligado a eventuais ajustes da formulação das rações para equinos. “O uso de substitutivos de matérias-primas, devido à oferta e ao custo, pode baratear a ração, mas também tem potencial para desencadear problemas metabólicos nos animais. É preciso dar preferência a fornecedores que não utilizam substitutivos nos produtos que comercializam”, ressalta Ricardo Moraes.