A audição desempenha um papel crucial na comunicação humana. De acordo com informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 5% da população do Brasil possui algum tipo de deficiência auditiva. Isso equivale a mais de 10 milhões de cidadãos afetados por essa condição.
Nesse contexto, os aparelhos auditivos desempenham um papel fundamental para pessoas com diferentes graus de perda auditiva. Segundo a fonoaudióloga e especialista em audição Ariane Gonçalves, da clínica AudioFisa, o uso adequado desses dispositivos é essencial. “A tecnologia está em constante evolução, oferecendo soluções de alta qualidade para melhorar a audição das pessoas. Os aparelhos auditivos não são um luxo, são uma oportunidade para que os deficientes auditivos melhorem sua qualidade de vida e mantenham suas interações sociais”, destaca.
Gonçalves enfatiza que qualquer pessoa com algum grau de perda auditiva, que não pode ser tratada com medicação ou cirurgia, deve considerar o uso de aparelhos auditivos. “É importante não esperar. Mesmo diante do avanço da idade, ao detectar qualquer sinal de perda auditiva, buscar ajuda médica é crucial”, ressalta a autora do livro “Descomplicando a Perda Auditiva”.
Um dos mitos relacionados aos aparelhos auditivos diz respeito ao tamanho e conforto. De acordo com a especialista, muitas pessoas têm receio de utilizá-los devido ao tamanho e à possível sensação de desconforto, porém, a tecnologia avançou e há modelos discretos e confortáveis disponíveis.
Existem diferentes tipos de dispositivos, como o Receptor no Canal (RIC), que atende a uma variedade de perdas auditivas, e o Retroauricular (BTE), indicado para perdas auditivas moderadas a severas. Além disso, existem modelos customizados, adaptados às necessidades específicas de cada paciente.
Gonçalves explica o funcionamento dos aparelhos auditivos e destaca a importância do acompanhamento médico contínuo. “Os aparelhos auditivos captam os sons do ambiente por meio de um ou mais microfones. O ajuste adequado é essencial para garantir o seu bom funcionamento”, afirma a fonoaudióloga.
A especialista alerta sobre o preconceito associado ao uso de aparelhos auditivos e ressalta que a falta de uso pode acarretar danos à saúde. “Muitas pessoas têm vergonha de usar o aparelho, o que pode prejudicar sua saúde e seus relacionamentos interpessoais. Com o passar dos anos, a falta de estímulo cerebral pode levar a outras doenças, como a demência”, adverte.
Gonçalves destaca ainda que os aparelhos auditivos mais modernos oferecem uma variedade de funções, como sensor de movimento, transmissão de TV e música, microfones direcionais e geradores que aliviam os sintomas do zumbido no ouvido.