O Conselheiro Dimas Ramalho, do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, participou do lançamento do livro “A História Comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense” em evento realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) nesta quinta-feira (30).
A obra reúne documentos e imagens sobre o período de escravidão, com destaque para mais de 500 páginas digitalizadas de escrituras de compra e venda de pessoas escravizadas no município de Araraquara entre os anos de 1874 e 1887, que estavam arquivadas em cartório. Trata-se de um raro acervo que escapou da destruição de papeis relacionados ao período escravagista ocorrida nos anos seguintes à Lei Áurea.
A cerimônia na Alesp foi organizada pelas Deputadas Estaduais Márcia Lia, Leci Brandão e Thainara Faria, e contou com apresentações musicais do grupo Família Afroson e da banda marcial Chiquinha Gonzaga.
“Estou orgulhoso do engajamento de Araraquara e de seus líderes na divulgação dessa obra, que trata de fatos tão lamentáveis e, ao mesmo tempo, tão importantes para a compreensão da História da cidade e do Brasil”, afirmou Dimas Ramalho.
Em sua fala durante o evento, o Conselheiro também citou ações afirmativas e de combate ao racismo adotadas pelo TCESP ao longo de 2022, durante sua Presidência, como a implementação de cotas nos concursos da Casa, termo de cooperação com a Universidade Zumbi dos Palmares e cobrança formal feita aos municípios para que incluam nos currículos pedagógicos da educação básica conteúdo sobre a história e cultura afro-brasileira e indígena, como determina a legislação.
Com organização de Alessandra Laurindo, Claudio Claudino, Edmundo Oliveira, Felipe Oliveira e Fernando Passos, a publicação apresenta transcrições de escrituras e inclui prefácios de instituições e pessoas comprometidas com o combate à discriminação racial.
O projeto é do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”, da Prefeitura Municipal de Araraquara, e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Araraquara – 5ª Subseção, contando com o apoio do Sesc, do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros (NEAB) da Uniara, da Academia Araraquarense de Letras, do NUPE- Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa em Extensão, da Comissão de Combate à Discriminação Racial da OAB e da Frente Parlamentar Antirracista.
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