De acordo com o Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil, apenas em julho de 2022, o AVC foi a causa da morte de cerca de 8.768 brasileiros, o que equivale a 11 óbitos por hora. O que mostra a grande incidência dessa, que pode ser uma condição bastante debilitante.
Após um AVC, áreas do cérebro podem ser danificadas permanentemente, gerando impactos nas funções cognitivas e motoras, afetando diretamente a qualidade de vida do paciente. No entanto, novos estudos têm indicado algumas possibilidades promissoras de tratamento, como o uso de implantes cerebrais.
Implantes cerebrais para AVC?
Um estudo recente divulgado pela revista científica Nature trouxe a indicação de que o uso de implantes no cerebelo – pequena estrutura localizada na parte inferior traseira do cérebro – para estimulação cerebral profunda pode surtir efeitos positivos na recuperação motora de pacientes que sofreram AVCs.
O estudo avaliou 12 indivíduos com comprometimento, entre 1 e 3 anos, de moderado a grave dos membros superiores obtiveram melhorias de cerca de 15 pontos na Avaliação Fugl-Meyer do Membro Superior após um período entre 20 e 24 meses incluindo tratamento e acompanhamento.
Uma perspectiva promissora
De acordo com o neurocirurgião Dr. Bruno Burjaili, a abordagem é promissora por usar um mecanismo já conhecido para o tratamento de sequelas do AVC, mas ressalta que ainda são necessários mais estudos.
“Os eletrodos cerebrais analisados pelo estudo são similares aos que já são utilizados em tratamentos de Parkinson, distonia e tremor essencial, a novidade trazida pelo estudo é a sua utilização no cerebelo para ajudar na recuperação de sequelas AVC”.
“Os resultados são animadores, mas ainda não são suficientes para que o procedimento integre a prática clínica, para isso são necessários estudos mais abrangentes sobre os seus efeitos a longo prazo, a forma ideal da cirurgia, de acompanhamento posterior, indicação, entre outros fatores. Se essa nova estratégia estabelecer-se de fato, poderá fazer a diferença na recuperação de funções perdidas”, ressalta Dr. Bruno Burjaili.
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