*Renata Nilsson, CEO da PX Ativos Judiciais
O Brasil é o país que pratica os maiores juros reais entre as 40 grandes economias verificadas no ranking mundial do site Moneyou. O levantamento, referente ao mês de agosto de 2023, coloca o Brasil em primeiro lugar em diferentes cenários e projeções, com juros reais mais elevados do que países como Hungria, México, Colômbia e Chile.
Mesmo com o recente corte de 0,5% na taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central, que ficou em 13,25%, o Brasil continuou na ponta do ranking pela sétima vez consecutiva. Na prática, esse resultado reforça o que os brasileiros já conhecem bem de perto, as altas taxas cobradas na busca por crédito no mercado. E não há perspectiva de mudança deste cenário no curto prazo.
A título de exemplo, um resultado recente da pesquisa mensal do PROCON-SP, a respeito das taxas de juros praticadas no mercado, revelou que a taxa média de juros cobrada para empréstimo pessoal, durante o mês de junho de 2023, pelos principais bancos comerciais do país, foi de 7,66% ao mês, mantendo o resultado do mês anterior. Já a taxa média dos bancos para o cheque especial foi de 7,96% ao mês.
Em um país com índices altos de endividamento das famílias, o conhecimento a respeito dessas taxas é importantíssimo, uma vez que pode levar à tomada de decisão correta no momento em que se busca por crédito. Afinal, é extremamente prejudicial ao orçamento familiar ter que carregar uma dívida por anos a fio, ainda mais com a incidência de juros altos.
É preciso que as pessoas tenham sempre em mente que existem outras modalidades de crédito, com taxas menores. Em uma detida análise dessas modalidades, uma opção se destaca é a antecipação de créditos judiciais. Isso porque, nesse procedimento, efetivado por meio da cessão de crédito, o titular do processo recebe, em poucos dias, o dinheiro que teria em mãos somente no encerramento da ação.
Outra vantagem é que o interessado não adquire uma dívida, como ocorre nos empréstimos, mas apenas recebe antecipadamente um valor que teria em mãos em um futuro incerto. Obviamente, existe um custo nessa negociação, chamado deságio, que é o desconto sobre o valor original do crédito. O deságio é o que viabiliza a compra do crédito pela empresa cessionária, que passa a assumir o risco pelo recebimento futuro no processo.
Importante ressaltar que, diferentemente da impressão que o cedente do crédito por ter, de que estaria perdendo uma parte do valor a ser recebido ao combinar o deságio, a verdade é que, diante do cenário brasileiro, ao se comparar as taxas de juros do empréstimo pessoal, do cheque especial ou mesmo do cartão de crédito, é possível verificar que vender um precatório ou o crédito de uma ação trabalhista, por exemplo, é muito mais vantajoso.
Em suma, observa-se que, sabendo pesquisar e negociar, principalmente com a parceria de uma empresa especializada em direitos creditórios, o titular de processo judicial pode não apenas obter recursos financeiros para seus objetivos, mas também evitar adquirir dívidas que demandariam o pagamento de juros elevados desnecessariamente.
*Renata Nilsson, formada em Comunicação Social e Direito pela Universidade Anhembi Morumbi, com especialização em direito corporativo e compliance, acumula 11 anos de experiência na advocacia contenciosa e na estruturação de operações no mercado financeiro. Renata participou de diversas operações de M&A, contingenciamento de passivos judiciais e gestão e validação de créditos. Atualmente atua como consultora especializada de diversos fundos de investimentos (FIDCs) e plataformas de investimento, focados na aquisição de créditos judiciais, incluindo créditos judiciais trabalhistas, cíveis e precatórios como CEO e sócia da PX Ativos Judiciais.
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