O hino nacional foi entoado de forma diferente pelas cantoras Cris Maciel e Janine Mathias, ambas mulheres negras. Elas abriram a cerimônia de lançamento do Prêmio Cultura Viva –
Construção Nacional do Hip-Hop 2023, do Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, com os beats do Hip-Hop.
Rap (ritmo e poesia), grafites, dj’s, mc’s e dança, elementos esses que compõem a cultura Hip-Hop também tiveram espaço no evento que ocorreu no Memorial Darcy Ribeiro, na Universidade de Brasília. As inscrições para o edital ficam abertas até o dia onze de dezembro e devem ser feitas por meio do sistema mapa da cultura.
Autoridades, representantes da construção nacional da cultura Hip-Hop, artistas e representantes dos parceiros do MinC na iniciativa, o ministério da igualdade racial e da fundação nacional de artes (Funarte), também estavam presentes.
O investimento no edital é de R$ 6 milhões, que serão distribuídos entre 325 ações culturais. O Prêmio Cultura Viva – Construção Nacional do Hip-Hop busca reconhecer os agentes culturais que promovem a preservação, a difusão da diversidade cultural e a valorização das expressões culturais do Hip-Hop no Brasil.
Margareth Menezes, disse que hoje o brasil tem um ministério da cultura aberto ao diálogo e que quer ver a cultura do brasil acontecer de outra forma.
“Dizer que nós estamos sim, no momento onde temos um ministério da cultura aberto ao diálogo, com um querer imenso de ver a cultura do brasil acontecer de outra forma, de um uma visão de descentralização, do fomento cultural, de chegar em todos os lugares, nacionalizar esse fomento e chegar nos lugares onde mais precisa. Então, estamos estabelecendo em todos os setores do ministério da cultura, em todas as secretarias, ações com esse nível de potência. Porque hoje, com o governo do presidente Lula, por mais dificuldades que nós estamos tendo, mas existem sim novas portas abertas, sabe? Porque para estar nos lugares, poder executivo, no governo, nós queremos mas precisamos para que a coisa aconteça, tem que vir também a sociedade civil organizada, assim como a construção nacional do Hip-Hop, queremos outros, queremos mais. Isso só está sendo possível porque esse nível de organização facilita para que a coisa aconteça e chegar juntos, chegar para cima mesmo do governo em todas as áreas, para dizer o que é que a gente quer, o que vocês querem, o que a sociedade quer. Porque é assim que funciona a pressão popular que faz com que a coisa se efetive”.
O Prêmio Cultura Viva – Construção Nacional do Hip-Hop também tem como objetivo ampliar a rede ligada ao Hip-Hop, com a valorização e incentivo aos agentes cultura viva e aos pontos de cultura em redes territoriais e temáticas.
O edital define três categorias para a premiação: pessoas físicas, que receberam duzentos prêmios, no valor individual de quinze mil reais; grupos/coletivos/crews, que terão 75 prêmios, no valor de R$ 20 mil cada; instituições privadas sem fins lucrativos de natureza ou finalidade cultural do Hip-Hop compõem a terceira categoria, com cinquenta prêmios, de trinta mil reais.
Serão premiadas ações que proporcionem a criação, produção e/ou circulação de obras, atividades, produtos e ações. São exemplos, projetos de composição, arranjos, produção de beats, shows, vídeos, discos, arquivos audiovisuais, sítios de internet.
E ainda revistas, batalhas, rodas culturais, cyphers, jams, espetáculos, slam, beatbox, pesquisas, mapeamentos, fotografias, seminários, ciclos de debates, palestras, workshops, oficinas e cursos livres.
Todas as iniciativas devem contribuir com o desenvolvimento sociocultural do segmento.
Ele veio do piauí para prestigiar a cerimônia. O grafiteiro Arthur Dummer, que começou no Hip-Hop ouvindo e se identificando com as músicas, disse que o lançamento do edital é um ponto de partida para o acesso a incentivos culturais.
“Esse edital é inédito porque o Hip-Hop sempre se queixou por não saber escrever um projeto ou ter dificuldade quando consegue escrever, não tem uma banca que vai ter a sensibilidade de entender aquela realidade. Então sempre teve essa queixa do Hip-Hop e essa busca de por políticas mais acessíveis né? nesses programas de fomento à cultura. Então esse edital ele é o ponto de partida eu vejo, que ainda tem muita coisa a ser construída, mas ele é um ponto de partida interessante porque vai permitir que o hip hoper, aquele que tá fazendo seja a dança ou grafite, consiga acessar, consiga disseminar isso para seus novos amigos e assim fomentar melhor essa cultura”.
No ano em que o Hip-Hop completa cinco décadas no brasil, a mestre de cerimônia do lançamento do edital, Nimsay, se emocionou ao falar sobre a trajetória do segmento cultural que mais representa a juventude negra e periférica do país.
A cerimônia foi realizada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do governo do Distrito Federal, com apoio do Sesi DF e da Universidade de Brasília.
Para o edital do Prêmio Cultura Viva – Construção Nacional do Hip-Hop, o Ministério da Cultura conta com a parceria do Ministério da Igualdade Racial (MIR) e da Fundação Nacional de Artes (Funarte).
As inscrições ficam abertas até o dia 11 de dezembro, pelo sistema mapa da cultura.