Recentemente, a cantora e ex-bbb Juliette relembrou o diagnóstico equivocado de aneurisma cerebral em entrevista ao podcast Bom Dia, Obvious, que foi ao ar no início desta semana. Em 2021, a artista precisou passar por uma intervenção cirúrgica para investigar o problema, e, ao acordar do procedimento, descobriu que não tinha nenhum aneurisma. “O médico acredita que foi um caso em um milhão. […] Acredito que foi um milagre, porque minha vida é isso. Vivo de milagres. Estou aqui”, declarou Juliette, em participação no programa Conversa com Bial, em março de 2022.
Juliette também compartilha que foi um período de muita angústia. “Foi em agosto de 2021.. Quando lancei meu EP, todo mundo festejando e eu engolindo a dor de saber que tinha o mesmo problema que minha mãe e minha irmã”, lembrou a cantora. Em 2013, Juliette enfrentou a perda de sua irmã de 17 anos, Julienne, que faleceu em decorrência de um AVC causado pelo rompimento de um aneurisma. Em 2019, sua mãe, Fátima, também sofreu um AVC, mas conseguiu se recuperar.
A história da família da ex-BBB ressalta a importância da conscientização sobre os aneurismas cerebrais e a necessidade de cuidados preventivos. O aneurisma cerebral é uma complicação de saúde que incide sobre cerca de 2% da população mundial. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença atinge entre dez e 15 pessoas em cada grupo de 100 mil habitantes, sendo uma das doenças que mais causam óbitos no mundo. O diagnóstico precoce é essencial para a prevenção e tratamento de problemas potencialmente graves que podem aparecer.
O neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares Dr. Victor Hugo Espíndola, explica que, para identificar aneurismas cerebrais, os médicos frequentemente começam com exames não invasivos, como a angiotomografia ou a angiorressonância. “A angiotomografia é um exame que combina a angiografia e tomografia computadorizada, utilizando equipamentos em 3D que permitem obter imagens detalhadas dos vasos cerebrais. Já a angioressonância é uma técnica que utiliza ressonância magnética com angiografia”. De acordo com o médico, os dois exames não são invasivos, e possibilitam uma visualização detalhada dos vasos cerebrais a fim de identificar anormalidades nas veias e artérias.
No entanto, o Dr. Victor Hugo alerta que técnicas como essas podem não fornecer a mesma qualidade de detalhes que uma angiografia cerebral, considerada o “padrão-ouro” para diagnosticar ou descartar aneurismas. “A angiografia cerebral envolve a inserção de um cateter para acessar os vasos sanguíneos do cérebro, permitindo uma visualização precisa e detalhada. Esse procedimento é mais invasivo, mas é fundamental para confirmar se uma suspeita de aneurisma é, de fato, um aneurisma ou apenas uma variação anatômica, uma dobra na artéria ou uma dilatação normal”, explica.
Embora diagnósticos equivocados não sejam comuns de ocorrer, como no caso de Juliette, o neurocirurgião enfatiza a importância de reconhecer e compreender essa condição de saúde. “Por ser uma doença silenciosa na maioria dos casos, muitas vezes resulta em problemas mais graves de saúde. A ruptura de um aneurisma cerebral pode resultar em consequências fatais, e as chances de sequelas sem reabilitação são consideráveis”, alerta.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Neurorradiologia Diagnóstica e Terapêutica, a taxa de preservação da vida de pacientes com aneurisma cerebral detectado antes do rompimento, quando submetidos a cirurgia ou embolização, atinge a faixa de 98%. Esses dados oferecem uma mensagem de esperança, destacando a importância da detecção precoce e tratamento adequado.
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