No atual cenário econômico brasileiro, muitas empresas enfrentam dificuldades com o fluxo de caixa devido à alta carga tributária, inflação e instabilidade econômica. Nesse contexto, uma alternativa que tem se mostrado cada vez mais relevante para ajudar os negócios a superar esses desafios é o crédito internacional. De acordo com Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial, o crédito internacional pode ser uma chave para destravar novas possibilidades de crescimento, fornecendo recursos necessários para a expansão e a mitigação de problemas financeiros internos.
A inflação elevada e a carga tributária brasileira continuam a ser desafios significativos para as empresas no país, impactando diretamente o fluxo de caixa e a saúde financeira dos negócios. Em 2023, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, registrou um aumento de 5,79%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse aumento nos preços tem gerado uma pressão constante sobre os custos operacionais das empresas, dificultando o planejamento financeiro e o controle do fluxo de caixa.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), cerca de 44% das indústrias brasileiras enfrentaram dificuldades financeiras ao longo de 2023. A pesquisa aponta que a alta inflação, somada a custos operacionais elevados e à instabilidade econômica, tem sido um fator determinante para o agravamento da situação das empresas. O número reflete o impacto direto desses fatores nas finanças empresariais, com muitas empresas tendo que ajustar suas estratégias para manter a sustentabilidade financeira.
Outro fator crucial que contribui para as dificuldades das empresas é a alta carga tributária. Em 2023, a carga tributária brasileira alcançou 33,03% do PIB, segundo dados da CNI e do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Este índice coloca o Brasil entre os países com maior carga tributária do mundo, o que sobrecarrega as empresas, especialmente em um contexto de instabilidade econômica.
Diversas empresas brasileiras já experimentaram o sucesso ao utilizar o crédito internacional para impulsionar seu crescimento. Um exemplo notável é o da Embraer, que, ao longo dos anos, tem utilizado financiamentos internacionais para expandir sua produção e conquistar mercados globais. A fabricante de aeronaves brasileira se beneficiou de crédito internacional para financiar o desenvolvimento de novas aeronaves e expandir suas operações para mercados como os Estados Unidos e Europa.
Luciano Bravo explica que uma das maiores vantagens do crédito internacional é a possibilidade de acessar financiamentos com condições mais favoráveis quando comparado ao crédito doméstico. “Empresas brasileiras, especialmente as de pequeno e médio porte, enfrentam taxas de juros extremamente altas no mercado local. O crédito internacional, por sua vez, oferece uma alternativa mais acessível, com prazos mais longos e taxas de juros mais baixas”, destaca Bravo. Esse diferencial pode ser crucial para que empresas consigam melhorar seu fluxo de caixa e, ao mesmo tempo, garantir capital para investimentos estratégicos.
Assim como a JBS e a BRF, têm recorrido ao crédito internacional como uma estratégia para fortalecer suas operações e garantir competitividade no cenário global. A JBS, maior processadora de carnes do mundo, utilizou financiamento externo para expandir suas operações e otimizar sua estrutura de custos, assegurando um crescimento contínuo, mesmo em tempos de instabilidade econômica. Da mesma forma, a BRF, uma das maiores companhias de alimentos do Brasil, optou pelo crédito internacional para apoiar sua internacionalização e garantir os recursos necessários em momentos de dificuldades financeiras, permitindo à empresa consolidar sua presença em mercados globais.
A JBS tem recorrido a financiamentos internacionais para expandir suas operações. Em 2020, a empresa fez uma emissão de US$ 1,75 bilhão em títulos de dívida, conforme registrado nos relatórios financeiros oficiais. O objetivo desta emissão foi refinanciar dívidas e garantir capital para aquisições e expansão de suas operações, tanto no Brasil quanto no exterior. A JBS também tem se expandido globalmente e seus mercados fora do Brasil representam uma parte significativa de sua receita. De acordo com os resultados financeiros divulgados pela empresa em 2020, a receita líquida da JBS foi de R$ 270,9 bilhões, com grande parte proveniente de suas operações internacionais, principalmente nas Américas do Norte e do Sul, Europa e Ásia.
Segundo Bravo, o acesso ao crédito internacional não apenas oferece melhores condições financeiras, mas também abre portas para novos mercados. “Empresas que conseguem acessar esse tipo de financiamento têm a chance de explorar novos horizontes, tanto em termos de expansão internacional quanto em termos de fornecedores e novos canais de distribuição”, aponta.
A BRF também recorreu ao crédito internacional para financiar sua expansão e internacionalização. Em 2018, a empresa levantou US$ 600 milhões com a emissão de bônus no mercado externo. Este capital foi utilizado principalmente para reforçar suas operações globais e expandir sua presença em mercados chave, como no Oriente Médio, Ásia e Europa. O desempenho da BRF também reflete essa estratégia de internacionalização. Em 2020, a empresa obteve uma receita líquida de R$ 34,5 bilhões, com uma parte considerável dessa receita vindo das suas operações no exterior. A expansão internacional tem sido uma parte fundamental da estratégia da BRF para reduzir sua dependência do mercado interno.
Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial, destaca a importância do crédito internacional para as empresas brasileiras: “O crédito internacional é uma ferramenta poderosa que muitas empresas ainda não exploram plenamente. Em um cenário de juros elevados no Brasil, o financiamento externo pode ser a solução para quem precisa de capital de giro e não quer comprometer sua saúde financeira com altos custos internos. Além disso, ele abre novas possibilidades de crescimento e acesso a mercados globais, algo essencial para o futuro das empresas.”
Assim, com o planejamento adequado e a orientação certa, o crédito internacional pode ser uma excelente oportunidade para as empresas brasileiras não apenas superarem desafios econômicos, mas também para se posicionarem de maneira competitiva no mercado global.
Em um cenário de incertezas econômicas internas, buscar alternativas como o crédito internacional pode ser o diferencial que muitas empresas brasileiras precisam para prosperar. A acessibilidade, as taxas de juros mais baixas e as possibilidades de expansão global são fatores que tornam o crédito internacional uma opção atraente para as empresas que buscam superar dificuldades financeiras e crescer de maneira sustentável.
Luciano Bravo reforça a importância de as empresas brasileiras se atentarem a essas oportunidades: “É essencial que os empresários estejam cientes das alternativas que o mercado global oferece e que busquem aconselhamento especializado para navegar no mundo do crédito internacional. Com a estratégia certa, o crédito internacional pode ser um verdadeiro aliado no crescimento de qualquer empresa”.
A chave para as empresas brasileiras, segundo Bravo, está em perceber o potencial do crédito internacional: “A mudança de mentalidade e a abertura para explorar o crédito externo são passos fundamentais para que as empresas não apenas se mantenham competitivas no mercado interno, mas também conquistem novos horizontes no cenário global. O crédito internacional é, sem dúvida, um aliado indispensável para quem deseja prosperar em tempos de incerteza econômica.” finaliza o executivo.
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Andreia Souza Pereira
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