Em 31 de maio, celebra-se o Dia Mundial de Combate ao Fumo, uma data que nos convoca a refletir sobre os progressos realizados e os desafios que ainda persistem na luta contra o tabagismo. É um momento propício para analisarmos como as políticas públicas e a conscientização coletiva têm contribuído para a redução do número de fumantes, tanto no Brasil, quanto no mundo.
Nos últimos anos, temos observado avanços significativos na redução do tabagismo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a prevalência global do tabagismo entre adultos caiu de 27% em 2000 para 20% em 2020. No Brasil, os resultados são ainda mais impressionantes. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a taxa de fumantes adultos diminuiu de 34,8% em 1989 para 12,6% em 2019. Esse sucesso é fruto de políticas integradas e eficazes.
O Brasil se destaca como um dos países líderes na implementação de medidas rigorosas de controle do tabaco. A proibição da publicidade de produtos de tabaco, a criação de ambientes livres de fumaça, o aumento dos impostos sobre cigarros e as campanhas educativas são algumas das ações que têm mostrado grande eficácia. Além disso, a ratificação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS, em 2005, demonstrou o compromisso firme do país com a saúde pública.
Por outro lado, o combate ao fumo ainda enfrenta desafios substanciais. A indústria do tabaco continua a adotar estratégias de marketing agressivas, focando principalmente nos jovens e em países de baixa e média renda, onde as regulamentações podem ser mais fracas. Ademais, surgem novos produtos, como os cigarros eletrônicos e dispositivos de tabaco aquecido que podem ser vistos como ameaças, pois instigam os jovens a fazerem o uso e, ainda, muitas vezes são promovidos com a falsa promessa de serem menos prejudiciais.
Outro ponto a destacar é que, embora a taxa de fumantes tenha diminuído no Brasil, o impacto do tabagismo na saúde pública ainda é significativo. Agravos de saúde relacionados ao fumo, como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias, permanecem entre as principais causas de morte evitáveis. O uso de cigarro entre adolescentes e jovens adultos também é uma preocupação crescente, exigindo políticas específicas e eficazes para abordar essa questão.
É importante destacar que o sucesso no combate ao tabagismo depende não apenas das políticas governamentais, mas também da mobilização da sociedade civil. Ou seja, organizações não governamentais, escolas, empresas e indivíduos devem cumprir seu papel na disseminação de informações e na sensibilização da população para promover ambientes livres de fumo. A educação ainda é a ferramenta mais poderosa na prevenção do tabagismo, destacando a importância de campanhas contínuas e específicas para alcançar todos os segmentos da população.
Deste modo, pode-se dizer que o Dia Mundial de Combate ao Fumo é uma oportunidade para que possamos comemorar os avanços alcançados, mas também é o momento para todos reafirmarem o compromisso com a saúde pública e refletirmos que ainda há muito a ser feito. A redução do número de fumantes no Brasil e no mundo já é uma conquista, mas é importante que todos estejam unidos e determinados na busca contínua por uma sociedade mais saudável e livre do tabaco.
*Elgison da Luz dos Santos é Fisioterapeuta, Doutor em Tecnologia em Saúde. Professor do Centro Universitário Internacional Uninter
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MARINA DE OLIVEIRA PIMENTEL
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