De acordo com o último censo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (2018), 6,6% dos procedimentos realizados anualmente no país são em crianças e adolescentes – de um total de 1,7 milhão de operações, mais de 115 mil ocorrem em menores de 18 anos. Os motivos que levam pais e responsáveis a procurarem os cirurgiões plásticos estão ligados principalmente à correção de deformidades adquiridas como consequência de queimaduras, sequelas de acidentes domésticos ou doenças, mordidas de animais, e cicatrizes da vivência infantil, ou questões congênitas, como lábio leporino, fenda palatina e “orelha de abano”.
Esse tipo de intervenção pode também servir de auxílio no tratamento de problemas psicológicos causados por uma alteração física, que pode estar relacionada a episódios de bullying, baixa autoestima e ansiedade. “É indiscutível que a culpa do bullying sofrido pela criança não é dela, mas sim de quem o realiza. Entretanto, isso pode ter efeitos diretos no desenvolvimento de transtornos psicológicos, que impactam diretamente a interação social e desempenho escolar – grandes fatores de atenção durante a infância”, explica Fabio Nahas, cirurgião plástico da SBCP com atuação nos hospitais Albert Einstein e Sírio-Libânes e Professor da Unifesp.
Além dos aspectos psicológicos, há também questões relacionadas à saúde física da criança que podem ser beneficiadas com a cirurgia plástica. “Outra preocupação que vai além da estética é o crescimento excessivo das mamas em meninas. Nesse caso, o peso das mamas, desproporcional em relação à altura e peso da jovem, pode resultar em excesso de pressão na coluna, manifestando-se em dores intensas nas costas e prejudicando o brincar, tão importante nessa fase da vida”, afirma o cirurgião plástico.
É possível realizar esse tipo de cirurgia pelo SUS?
No Brasil, é possível realizar esse tipo de tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e que atende a milhões de brasileiros em diversos serviços, inclusive nas cirurgias plásticas reparadoras. Para isso, é necessária uma indicação médica formal, comprovando que a criança deve passar pela cirurgia por estar com sua saúde física ou psicológica comprometida.
Tecnologia como principal aliada
A segurança das crianças durante qualquer cirurgia é uma das principais preocupações para os pais, que naturalmente questionam se podem estar colocando seus filhos em risco. Fabio Nahas explica que, atualmente, a medicina conta com avanços tecnológicos que oferecem uma segurança ainda maior. “Hoje temos a integração de dispositivos que tornam as cirurgias realmente muito seguras, como o oxímetro de pulso, que monitora o teor de oxigênio no sangue durante o procedimento. Além disso, a capacidade de avaliar os níveis de gás carbônico no sangue e medir as ondas cerebrais do paciente dá ao anestesista a possibilidade valiosa de personalizar a anestesia de acordo com as necessidades específicas de cada um.”
O controle de complicações e resultados assume, com o auxílio dessas tecnologias, uma posição de prioridade no âmbito da cirurgia plástica, especialmente quando se trata de procedimentos realizados em crianças ou adolescentes. “Desse modo, podemos proporcionar mais tranquilidade e confiança aos pais que optarem por este tipo de tratamento, responsável por desempenhar um papel fundamental na promoção de uma infância mais saudável e feliz”, completa Fabio.
Sobre o Fabio Nahas
Com mais de 30 anos de carreira, Fabio Nahas é um dos cirurgiões plásticos mais renomados do país. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, foi vice-presidente da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Estética), é especializado em Cirurgia Plástica e Reconstrutora, e opera nos hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês, em São Paulo. Sua principal frente atualmente é a cirurgia plástica do contorno corporal, como abdominoplastia e mamas, sendo considerado um dos iniciadores da lipoaspiração de definição no país.
Fabio Nahas é formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com especialização em cirurgia geral e em cirurgia plástica pela USP. Realizou “fellowship” em cirurgia plástica na Universidade do Alabama, em Birmingham, nos Estados Unidos, tem Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e é Livre-Docente pela Unifesp / Escola Paulista de Medicina. Atualmente, se divide entre a clínica particular, na região da Avenida Brasil, em São Paulo, e a vida acadêmica. É Professor Orientador de Teses de Mestrado e Doutorado e Professor da Escola Paulista de Medicina (Unifesp). É também Editor Associado do Aesthetic Plastic Surgery Journal, órgão oficial de publicações científicas da International Society of Plastic Surgery (ISAPS).
O cirurgião conta com diversas contribuições científicas, com mais de 400 publicações, artigos e estudos na área de atuação. Nahas tem seis livros publicados e realizou conferências e cirurgias em 33 países, em universidades como New York University, Universidade de Pittsburgh, Universidade da Califórnia em São Francisco, Clínica Mayo, Universidade de Toronto, entre outras.
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