O uso do CBD como tratamento alternativo para pessoas autistas têm se tornado um tópico de grande destaque. Estudos sugerem que o CBD, um composto não psicotrópico da planta de cannabis, pode oferecer uma série de benefícios significativos para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Muitos médicos e pacientes estão buscando esse medicamento para melhorar a qualidade de vida de pessoas autistas.
O estudo “Experiência da vida real no tratamento do autismo com cannabis medicinal: análise da segurança e eficácia” analisou 188 pacientes autistas submetidos a tratamento com cannabis medicinal e revelou que 30,1% relataram melhora significativa dos sintomas após seis meses de tratamento. Os principais sintomas melhorados incluíam inquietação, irritabilidade, ataques de raiva, agitação, problemas do sono, ansiedade, constipação e problemas na digestão, com pelo menos 75% dos participantes experimentando essa melhora.
Muitas pessoas com autismo enfrentam níveis elevados de ansiedade, especialmente em situações sociais ou diante de mudanças na rotina. De acordo com o Dr. Flavio Geraldes Alves, Presidente da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide (APMC) e consultor médico da NuNature Labs, a redução da ansiedade é um dos benefícios mais notáveis do CBD, permitindo que as pessoas com autismo se sintam mais calmas e à vontade em situações mais estressantes. “A melhora na comunicação e interação social também é um benefício potencial do CBD. Comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, bater as mãos ou fixar o olhar em objetos, são características comuns do autismo. Algumas evidências sugerem que o CBD pode reduzir esses comportamentos, melhorando a capacidade de concentração e interação social”, completa o médico.
Diagnosticada com TEA aos 38 anos de idade, a advogada Larissa Argenta compartilha sua trajetória de descoberta. “Tomei medicações dos 17 aos 34 anos, tentando fechar um diagnóstico que, na época, a hipótese era de Transtorno Afetivo Bipolar. Eu tomei toda a medicação que era prescrita e prevista na psiquiatria para esse transtorno, e nunca funcionou. Quando eu tinha 34 anos, um psiquiatra descartou esse diagnóstico, e suspendeu as medicações. Aos 38 anos de idade, eu recebi meu diagnóstico de pessoa autista”.
A advogada também conta que as medicações psiquiátricas que foram receitadas para ela, já não faziam mais efeito. “Foi então que eu comecei a estudar para tentar descobrir o que poderia me ajudar. Conversando com outras pessoas autistas, elas me falaram sobre o uso do óleo de canabidiol. Vi que tinha estudos científicos de que funcionava bem para pessoas autistas com altas habilidades e superdotação, como é o meu caso“.
Os efeitos colaterais mínimos é o que torna o uso do CBD bastante atrativo. “Eu comecei a usar, e foi maravilhoso. É como se eu tivesse renascido. Conheci a sensação de paz e de tranquilidade. É como se eu tivesse experimentado uma vida, uma forma de viver que eu não conhecia: uma forma mais leve, mais em paz, e com mais tranquilidade”, completa a advogada.
Embora o CBD tenha demonstrado grandes potenciais benefícios na vida de pessoas autistas, em muitos lugares o uso do óleo de canabidiol ainda é mal compreendido e enfrenta um estigma significativo. Larissa é uma ativista na causa autista, e enfatiza a importância de desmistificar o tratamento com CBD. Ela compartilha sua própria experiência, afirmando: “Eu sou ativista na causa autista, eu advogo e palestro pela causa. Então eu faço questão de dizer do tratamento que eu faço, para que as pessoas desmistifiquem o tratamento, e também ajudar para que as pessoas tenham acesso na judicialização, quando necessário.” Larissa destaca a necessidade de educar o público sobre o uso responsável do CBD e o papel que desempenha no bem-estar de pessoas autistas.
É importante observar que o uso de CBD para o autismo é uma área de pesquisa em evolução, e os resultados podem variar de pessoa para pessoa.”É essencial que qualquer decisão de utilizar o CBD como tratamento seja tomada com o acompanhamento de um profissional de saúde, para garantir a segurança e eficácia do tratamento”, alerta o Dr. Flávio.
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