Um dos artistas que faz sucesso na Expressões Contemporâneas levadas a andamento pela Art 100 Gallery em Porto Alegre, destaca-se Roger Monteiro que apresenta uma série de imagens denominada Cartografia Cromática de Porto Alegre. Nela o artista gráfico registra a cidade, e de acordo com ele é certo que a cidade é muito mais do que as suas ruas, seus prédios, suas paisagens. Mas também é verdade que essas coisas, de certo modo, as definem, não apenas pelo que são, mas pelas memórias para as quais servem de cenário e às quais se tornam vinculadas para sempre.
As 12 imagens dessa Cartografia Cromática de Porto Alegre, criadas originalmente por ocasião do aniversário de 250 anos da cidade, são o resultado da interpretação pessoal de Roger Monteiro sobre essas paisagens icônicas que fizeram parte dos seus itinerários enquanto seu habitante. Nesta série ele submete monumentos, prédios e outros marcos urbanos ao seu olhar estético, através das técnicas de manipulação digital que pode desenvolver ao longo da sua carreira como designer e como artista gráfico.
Roger diz que ao fim e ao cabo, tem um compilado muito particular da “sua” Porto Alegre, com todas as memórias afetivas que a compõem, resultando em uma espécie de viagem no tempo ao mesmo tempo íntima e coletiva, à qual ele convida o público a se juntar. É possível que as pessoas também se reencontrem nessas imagens com uma cidade que possam ter esquecido, ou ainda que descubram facetas dela que nunca lhes ocorreram. Como toda cartografia, elas possuem um papel de trajetória que não está necessariamente ligada ao espaço, assim como não depende de um encadeamento lógico. Cores e formas estão, aqui, advogando em nome de uma certa nostalgia que no ato artístico se despega do passado em busca de tornar-se diacrônica. Se elas conseguem isso, ou não, cabe ao atento olho do observador: a tentativa, no entanto, é honesta e genuína, pontua Roger Monteiro.
Sobre o artista
Roger Monteiro nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no final dos anos 70. É formado em literatura e pós-graduado em artes visuais, com especialização em história da arte e da cultura visual. Em paralelo a uma longa e bem sucedida carreira como diretor de arte e designer gráfico, passou a dedicar-se de maneira mais consistente às artes gráficas em 2013, pesquisando, explorando e aplicando os meios digitais ao fazer artístico. Sua produção aponta para temas contemporâneos e urbanos e está fortemente baseada na cultura pop, no rock’n’roll, na estética do punk e nos processos industriais da produção de imagens. Seu trabalho já foi exposto e publicado em diversas cidades do Brasil e em países como Inglaterra, Croácia, Geórgia, Portugal, Espanha, Itália, Liechtenstein, Finlândia e França. Recentemente, como uma consequência natural do seu trato com o digital, vem se dedicando ao estudo das plataformas de inteligência artificial generativas e suas possibilidades de interação com o trabalho artístico, experimentando, pensando e escrevendo respeito do tema. É representado no Brasil e na Europa pela Ava Gallery e pela Galeria Art 100. Eterno entusiasta da dúvida, Roger Monteiro acredita que sempre que está cem por cento certo a respeito de algo, não está fazendo seu trabalho direito. Gostaria de ter sido um sniper russo na Segunda Grande Guerra, mas entende que existem pelo menos três motivos para que isso não possa ter acontecido. É casado com a bela Olívia e pilota uma motocicleta velha chamada Lady Luck.
Declaração artística
Como artista, não me interesso especificamente pela beleza. não na concepção grega da palavra. A pureza da forma me entedia. A simetria me enjoa. A harmonia não me atrai de forma alguma. Sou um espírito urbano acostumado à delicadeza paradoxal das relações que emergem do caos. Meus olhos são ásperos, são do asfalto e do concreto. Eu vejo humanidade no arranha-céu que desafia a Deus e à gravidade para gritar: vivemos, logo, criamos. Minha arte advoga em nome de tudo que está quebrado, de tudo que é fingido, de tudo que faz dessa selva febril o nosso lar. Ela fala a linguagem da cidade e se alimenta dos seus códigos: semáforos, sirenes, tipografia e anarquia. Digital por natureza, ela é destilada do silício, arrancada do algoritmo. Ela torce o cartesiano em cores primárias e o torna instinto. Sinto meu trabalho como um manifesto do indesejável, vestígios gráficos de um pesadelo. Mas ao meu modo, eu sou um humanista, um poeta das cicatrizes, um punk jogando polo a cavalo. No fundo temos algo em comum, ainda que seja o nada. Descubra e ganhe um coice.
www.rogermonteiro.com.br
Serviço
Exposição Coletiva: Expressões Contemporâneas
Local: Art 100 Gallery
Endereço: Cristóvão Colombo 100 lj 01 Bairro Floresta Porto Alegre – RS
Curadoria: Angela de Oliveira
Visitação: 14 a 31/01/2014 à das 14h às 18h, de segunda a sexta
Evento gratuito – Censura livre
Gisele M F C Lahoz | Assessoria
Jornalista MTB 76727/SP
Contato (17) 99108-2421
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