O Fórum Animal aderiu a uma grande campanha internacional liderada pela organização Compassion in World Farming (CIWF) para conclamar que líderes mundiais, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apoiem um Acordo Global sobre alimentação e agricultura que seja adotado pela Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).
Chamada no Brasil de Ponto Final, a campanha já conta com mais de meio milhão de assinaturas de apoio de pessoas de todas as partes do mundo.
Além disso, dezenas de organizações, movimentos, ativistas e defensores de animais já deram seu respaldo à mobilização. Em nosso país, o movimento está apenas começando.
“Esperamos que milhares de brasileiros e brasileiras assinem para apoiar essa causa nos próximos dias, para mostrarmos aos líderes de todo o mundo que é necessário dar um passo além e mudar o sistema alimentar global, para que essa cruel realidade da criação de animais em escala industrial deixe de existir no futuro”, afirma o diretor-executivo do Fórum Animal, Taylison Santos.
Os dados assustam: 36% das colheitas de grão em todo o mundo são usadas como ração para alimentar animais, aponta o CEO da Compassion in World Farming, Philip Lymbery, em seu mais recente livro, “Sixty Harvests Left: How to Reach a Nature-Friendly Future” (na tradução para o português, “Sessenta Colheitas Restantes: Como Alcançar um Futuro Favorável à Natureza”).
Toda essa colheita seria suficiente para alimentar 4 bilhões de pessoas, segundo Lymbery, que também é professor do Centro de Bem-Estar Animal da Universidade de Winchester, no Reino Unido.
Mesmo com essa produção massiva de grãos, a fome é alarmante em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil, reflete Taylison. “A exploração de animais em escala industrial, além de causar sofrimento e não ser eficiente, impulsiona as mudanças climáticas, a perda de habitats naturais, a destruição da Amazônia, o desmatamento e o crescimento desenfreado da poluição, no Brasil e no mundo”, diz o diretor-executivo.
Outro dado alarmante: 37% das emissões de gases de efeito estufa em todo o planeta são geradas pela forma como produzimos os alimentos, aponta Lymbery.
O sistema alimentar global não é adequado para o seu propósito, pondera o CEO da Compassion in World Farming. “Esse sistema causa imenso sofrimento a bilhões de animais que vivem em fazendas em todo o mundo, é o principal fator de perda de biodiversidade e contribui substancialmente para a crise no clima”.
Todos esses são motivos para exigir um Ponto Final nessa história de exploração – dos animais, dos humanos e do planeta. Chamado de END.IT em outros países, o movimento tem apoio de organizações como a neozelandesa Animals Aotearoa, a sueca Djurens Rätt, além de: Eurogroup for Animals, Federation of Indian Animal Protection Organizations, Humane Education, Proteção Animal Mundial, Sinergia Animal, The Humane League, We Animals Media e World Animal Justice.
A petição pede que o Acordo Global a ser enviado à ONU deve contemplar:
● Uma transição para sistemas agrícolas positivos para a natureza, que ajudem a restaurar a biodiversidade e os solos, e a manter o aumento global das temperaturas médias abaixo de 1,5ºC;
● A reversão da dependência excessiva de proteína animal em populações com elevado consumo, e apoiar o acesso equitativo e seguro a alimentos nutritivos;
● A garantia de uma transição justa para um sistema alimentar global que proporcione meios de subsistência justos aos produtores e proteja os direitos dos povos indígenas, das mulheres e das comunidades vulneráveis;
● O alcance de um ambiente financeiro e regulamentar que ajude a garantir a transição citada acima;
● O fornecimento de altos padrões de bem-estar para os animais que vivem em fazendas.
Sobre a organização:
O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (Fórum Animal) é uma organização fundada há 23 anos visando reunir ativistas e fortalecer ações para a proteção de todas as espécies animais. Construiu uma rede de apoio a outras ONGs por todo o país, com mais de 100 organizações afiliadas que atuam pela defesa do meio ambiente e a proteção animal, prestando apoio técnico e lutando pelo reconhecimento da senciência e dignidade animal.
É formada por uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos-veterinários, pesquisadores, especialistas em marketing, comunicação, gestão de projetos, advogados e biólogos. Com a missão de proteger os animais em todo o país, sem distinção de espécie, trabalhando para que eles sejam respeitados como seres sencientes, e lutando para reconhecer a dignidade animal.
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RODRIGO SOARES DO VALLE
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