DownloadGuia Transtorno do Espectro Autista: Diretrizes para o Ensino Fundamental e Médio nas Escolas Paulistas
Neste dia 2 de abril, Dia Mundial da Pessoa com Autismo, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) participou da 1ª Jornada Estadual de Conscientização sobre o Autismo, organizada pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD). Durante o evento, foi lançado o guia “Transtorno do Espectro Autista: Diretrizes para o Ensino Fundamental e Médio nas Escolas Paulistas”, construído pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). O material será distribuído a todas as 5.300 unidades da rede e será base para a construção de ações de inclusão que devem envolver professores, estudantes e membros da comunidade escolar.
Atualmente, 19,9 mil estudantes com autismo estão matriculados nas escolas estaduais paulistas e são foco do desenvolvimento do novo guia. O material será distribuído de duas maneiras, em formato impresso e digital, de forma que todas as unidades sejam alcançadas e passem a trabalhar simultaneamente com o apoio do guia.
O guia lançado nesta terça-feira também embasará o trabalho de novos profissionais que passarão a integrar as equipes escolares a partir do segundo semestre deste ano, conforme anunciou o secretário da Educação, Renato Feder, durante o evento. “Agora vamos contratar 400 profissionais de apoio escolar para apoio de atividades. Eles estarão nas nossas escolas a partir do mês de agosto. Estamos desenvolvendo um trabalho para conectar, atender e desenvolver bem os nossos estudantes”, disse Feder.
Os profissionais de apoio escolar para atividades escolares serão contratados por meio de licitação, já iniciada pela Seduc, e em formato de projeto inicial. Eles serão acompanhados pela equipe técnica, com objetivo de expandir o número de contratados nos próximos anos. No dia a dia escolar, espera-se que esses profissionais acompanhem estudantes com TEA e com outras deficiências na inclusão social, educacional e no acompanhamento das aulas.
O guia
Na Unesp, o guia foi desenvolvido por meio da Coordenadoria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (Caadi) e do Laboratório de Tecnologias para o Desenvolvimento e Inclusão de Pessoas (LaTeDIP).
Após o lançamento nesta terça-feira, a Seduc-SP, por meio do Departamento de Modalidades Educacionais e Atendimento Especializado (Demod), da Coordenadoria Pedagógica (Coped), dá início a uma série de diálogos com as equipes de educação inclusiva das 91 Diretorias Regionais de Ensino do Estado, de forma a expandir o trabalho a partir desse guia.
Nas escolas, a implantação do guia pretende apoiar as equipes a derrubar mitos, estereótipos e preconceitos a respeito de crianças, adolescentes e adultos com TEA, como mais uma ferramenta educacional para a cultura inclusiva e assertiva, com orientações aos educadores, pais, estudantes e comunidade em geral, com vistas a inspirar na construção de práticas dentro e até mesmo fora do ambiente escolar.
Na Escola Estadual Origenes Lessa, localizada em Diadema, a cultura de inclusão já faz parte do cotidiano da unidade, onde atualmente há 12 estudantes com TEA matriculados, em um total de 844 alunos. “Temos sala de recursos há 18 anos e já estamos ansiosos e empolgados em trabalhar com esse guia. A inclusão faz parte do nosso cotidiano, incentivamos o protagonismo e a tomada de decisões aos estudantes com TEA, assim como alunos com outras deficiências. Nesta semana, por exemplo, para marcar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, uma estudante do Ensino Médio decidiu visitar todas as salas de aula e contar sobre sua experiência na escola. Eles estão sabendo, por ela, que ela não gosta de barulho ou de palmas e isso também é essencial para criar relações respeitosas entre colegas”, conta a diretora Angela Maria Brasília Henriques.
Educação triplica docentes que apoiam estudantes com TEA
A Seduc-SP triplicou o número de professores do projeto Ensino Colaborativo entre 2022 e 2023. No último ano letivo, 3.424 docentes atuaram nas escolas estaduais como colaboradores dos regentes, responsáveis por lecionar as disciplinas do currículo, e dos de atendimento especializado, que estão nas salas de recurso. Em fase de implantação em todas as diretorias de ensino, o projeto tem a função de promover um ambiente inclusivo e equânime, previsto na Política de Educação Especial do Estado de São Paulo e no Plano Integrado para Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo – TEA.
Diferente dos outros dois profissionais que estão no dia a dia dos estudantes e em sala de aula, cabe ao professor colaborativo apoiar a equipe gestora e funcionários, acompanhar intervalos e aulas regulares, participar de reuniões pedagógicas e auxiliar o acolhimento de pais e famílias.
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Fonte: www.saopaulo.sp.gov.br