A conexão de crianças e adolescentes com o mundo digital tornou-se parte do cotidiano, e é uma realidade que vem crescendo. Uma pesquisa do CETIC.BR – Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, a TIC Kids Online Brasil – 2023, mostrou que esse público está usando a internet cada vez mais cedo, com dedinhos que sequer aprenderam a escrever já deslizando nas telas de celulares e tablets, e pelos controles das smartTVs e dos videogames. O curioso é que os computadores são cada vez menos usados.
Essa participação no universo digital e online pode ser considerada positiva, pois pesquisa mostra a procura por informações ligadas à saúde e ao bem-estar. A galerinha está buscando entender como comer melhor e cuidar-se, o que é excelente. Pode ser que aquela velha história de que criança “só quer consumir besteiras”, esteja com os dias contados. Além disso, a internet é uma aliada no momento de estudar e realizar os trabalhos escolares, mostrando-se uma ferramenta para aprender e descobrir coisas novas. Por outro lado, o uso para o entretenimento ainda é o principal: os jogos, os vídeos e as músicas, além de troca de mensagens online, memes e posts com finalidade de integração e diversão nas redes sociais são os principais motivos pelo qual a garotada está conectada.
Um aspecto que chama atenção é que, embora a maioria sinta-se confiante ao buscar o que quer na internet, ainda não se considera capaz na hora de verificar se a informação é verdadeira, ou ao classificar a fonte dessas informações. Esse aspecto soa como um alerta vermelho para os pais, familiares e educadores, pois o marketing direcionado e o uso de celebridades acabam gerando uma falsa sensação de confiabilidade e segurança. É notório considerar que esse público crescente se torna interessante para as ações deliberadamente criminosas, como fraudes, pedofilia, desinformação e desafios que escondem o incentivo ou o apoio à criminalidade. Com o avanço promovido por tecnologias móveis (5G) e pela inteligência artificial, estas questões tornam-se cada vez mais ameaçadoras.
E qual é o caminho para a turminha nesse cenário?
A resposta animadora é que as medidas não fogem do que já se conhece, e não implica em grandes mudanças e são elas: a boa e velha conversa, a constante orientação e monitoramento. Ou seja, o que sempre foi responsabilidade de quem educa, ensina e cuida. Formar nesses internautas precoces o espírito crítico, ensiná-los a usar a curiosidade típica para também questionar o que recebem, a verificar a qualidade das fontes das informações que consomem e, principalmente, tratarem dessas questões abertamente com a família e com os educadores, mentores e responsáveis. Isso vai mostrar-lhes que “navegar na internet é preciso”, mas viver e saber conviver bem com esse recurso é muito mais: é poder mergulhar com segurança nas águas turbulentas desse mundo digital e online.
A tecnologia é parceira, traz benefícios e contribui para o crescimento saudável. Mas, como tudo na vida, o uso excessivo e a exposição a conteúdos inapropriados são riscos reais. Se há uma recomendação válida é ficar de olho e participar ativamente da vida digital da garotada. Configurar controles parentais, estabelecer horários para o uso da internet e principalmente, dialogar, ensinar e aprender juntos. Porque a tecnologia veio para ficar e pode ser uma grande aliada na educação e no desenvolvimento deles, desde que seja usada com sabedoria e responsabilidade. Que tal juntar-se à essa aventura digital?
*Luis Gonzaga de Paulo, 57, pai de quatro filhos e avô do Júlio César (2) e do Vicente (1), é Mestre em COMPUTAÇÃO APLICADA pela UTFPR. Especialista em SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO pela UNIRIO e graduado em TECNOLOGIA EM ELETRÔNICA – TELECOMUNICAÇÕES pela UTFPR. É Coordenador dos CSTs em Gestão da Tecnologia da Informação, Ciência de Dados e Redes de Computadores no Centro Universitário Internacional (UNINTER). Atua na gerência e consultor de TICs e Segurança da Informação, com experiência de mais de 35 anos na área e atuação destacada em empresas globais. Pode ser encontrado nas redes sociais em https://linktr.ee/luis_gonzagabr.
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